A Chinelada do Passo D’Areia

É claro que ser derrotado por 3 a 0 para o Zequinha não é vergonha para ninguém, mas também é inegável que o time do Inter novamente teve uma atuação lastimosa, com os jogadores, setor de ataque em especial, pareciam atordoados como um bando de tias no casamento da sobrinha mais nova, que elas acreditam ser virgem, mas já carrega mais de trinta quilômetros de lingüiça nas costas.

Quem disser que viu o Internacional jogando alguma coisa ontem, é nada menos que um depravado. Desde os primeiros minutos, ficou claro que atualmente os vermelhos vivem num eterno looping de sandices. Na zaga, Sorondo e Eller, uma dupla que, me dói dizer, é formada por cavalos cansados. E um ataque que, por mais acionado que seja, ainda não aprendeu o caminho da grande área e nem tirou o passaporte para fazer gols.

Logo, ficou claro que a equipe treinada por Fossati seria uma presa fácil para o esquadrão azeitado comandado pelo glorioso Argel Fucks, que conta com uma lustrosa meia-cancha formada por Marabá, Dadá, Jonas e Guilherme. Na frente, ainda ostenta Jeferson, o artilheiro da competição. Nos dois primeiros gols, a zaga colorada simplesmente parecia ter sido tragada por um buraco negro, tamanha a facilidade do São José. No segundo, Kléber ainda cabeceou como uma galinha desossada, contra própria área. No início do segundo tempo, em um contragolpe clássico e, portanto, mortal, Guilherme selou a TRINCA.

E o pior dessa desgraça toda é que os críticos do 4-4-2 vão acordar assobiando para jogar a culpa no esquema, que é o único possível depois do 3-4-3. Mas de quem é a culpa, então? Aqui INSUFLO o peito e digo que é quase que exclusivamente dos jogadores, que andam virado numas bunecrinhas. Isso é evidente. Depois, da direção, que subiu numa torre de telefonia para anunciar gente como Kléber Pereira, Bruno Silva e Wilson Mathias. Depois, e só depois, vem Jorge Fossati. É um bom homem, fumante, de olhos arregalados, que está tentando fazer o seu trabalho, testando os limites do praticável. Talvez pudesse ACELERAR algumas coisas, mas ele é novo, um dia aprende.

Isso não quer dizer que tudo deva ficar IMPUNE. Algumas medidas são urgentes, como, por exemplo, cortar a ANFETAMINA no café da manhã dos jogadores, para evitar que Abbondanzieri tenha lampejos de ARTICULADOR e saia driblando em direção ao meio-campo. Também seria aconselháve pegar um daqueles cabos de aço que seguram postes e surrar com gana o lombo de Edu, pra tirar a preguiça daquele corpo e ver se aquele JAGUARA é capaz de reagir a algum evento exterior.

Mas a desgraça colorada e a atuação avassalorada da Máquina Mortífera do Quarto Distrito nem foram os melhores acontecimento do jogo. Pouco antes do intervalo, D’Alessandro estava lá SE PALHAÇANDO na beira do campo e acabou discutindo com Argel. Ambos se encararam e geraram uma RUSGA generalizada. O treinador do Zequinha foi expulso e voltou do intervalo falando para os microfones: “Ele me disse: ‘na CONCHA de tu MADRE'”. Vocês, descendentes diretos do CORTÁZAR, certamente captaram a mensagem. E aos 23 minutos do segundo tempo, pra mostrar que sofrimento de colorado não respeita regras, houve um APAGÃO, que durou uns 30 minutos e nos permitiu parar para analisar a vida e pensar o que diabos passa pela cabeça de quem gosta de futebol.

As fotos são de Valdir Friolin, da Zero Hora, e de Lucas Uebel/Gazeta Press.

Saudações,
Douglas Ceconello.