Clássico dos Merréis

Decerto o POETA que cunhou a expressão “Clássico dos Milhões” fez deferência a um tempo em que o Maracanã não lotava com meros 40 mil pagantes, a inflação galopante do Brasil fazia qualquer GIBI custar milhares de cruzeiros e Flamengo e Vasco costumavam se enfrentar pra decidir campeonatos.

A vida não é filme

Só agora, passadas as regulamentares 48 horas, é possível fazer a indagação que inquieta a Bahia e uma banda de Sergipe: Que chibança ordinária foi aquela na Vila Belmiro na noite da última quarta-feira?

Chivas e La U, semifinais passadas

Reserve a tarde de sexta-feira para ver um pouco de história.

E então, o tricampeão mundial vestiu-se de Aimoré

No ano da graça de 2006 um locutor gaúcho ficou famoso por rasgar a camisa do São Paulo, então um portentoso campeão mundial, depois que um então piá de Erechim com cara de gaúcho, pinta de gaúcho, que parecia gaúcho marcou dois no Morumbi. Nos últimos 4 anos o São Paulo ganhou 3 campeonatos brasileiros e o Inter, depois do mundo, uma Sul-Americana; mesmo assim, o tricolor paulista se portou no Beira-Rio como se estivesse juntando os pedaços da camisa rasgada em 2006. Com uma humildade franciscana, se encolheu como o São Paulo de Rio Grande, e levou apenas um gol, o que diante das circunstâncias é quase uma vitória.

À deriva

Eu venho tentando me comunicar com vocês, conversar, TRAVAR alguma espécie de contato. O problema é que eu morri há quatro anos. Não foi nada brusco, nada traumático. Apenas uma marcha lenta para a ausência de sentidos, a não mais submissão às intempéries do mundo e do futebol. Aconteceu a partir do momento em que fui alvejado pelos fogos e pelo papel picado. Era de noite, meia-noite, uma boa hora pra se morrer e acordar de SUNGA, rolando na relva  MORNA de um mundo sem qualquer impertinência.

Notas do Ascenso

Buenos Aires vai além de La Boca, Nuñez e Boedo. E La Boca, Nuñez e Boedo têm algo a mais do que Boca Juniors, River Plate e San Lorenzo, futebolisticamente ainda falando. Em meio aos pesos do futebol da Primera, dos grandes que monopolizam os melhores jogadores e as maiores parcelas da torcida argentina, vive e está o Ascenso, esta dimensão paralela. Mesmo que as existências pareçam brumosas, clubes como Platense, Almagro, Almirante Brown e Nueva Chicago sempre fizeram parte da tradição futeboleira de Buenos Aires – com paixão fervorosa para os próprios aficionados ou como um elemento ruidoso do cenário para os alheios.

Chivas e U, para repetir a Espanha (?)

Enquanto debatemos a janela de transferências, que beneficia o Inter e prejudica o São Paulo, nunca é demais lembrar que existem outros dois times disputando a Libertadores da América. A Universidad do Chile, que perdeu seu principal meia criativo (Walter Montillo) para o Cruzeiro, fez uma proposta ao Danubio para contratar Álvaro Recoba no seu lugar. O Chivas Guadalajara, por sua vez, vendeu seu melhor atacante para o KANSAS CITY WIZARDS.

O próximo burro com sorte

Mano Menezes é o homem que será considerado o principal culpado pelos próximos fracassos da Seleção Brasileira, como foi definido neste sábado. O gaúcho que é disputado por Passo do Sobrado e Venâncio Aires com o mesmo FUROR da disputa entre Tacuarembó e Buenos Aires por Carlos Gardel não demonstrou qualquer constrangimento em ser um SLOPPY SECOND de Muricy Ramalho, aceitando de pronto. Muricy queria, mas condicionou sua liberação ao aval do Fluminense, que disse não e abriu um precedente que curiosamente não foi aproveitado pelo amigo do peito de Rico Terra, Andrés “duas Mercedes” Sanchez.

Amor e desafeto

O IMBRÓGLIO envolvendo sua meteórica trajetória na seleção brasileira parece ter afetado Muricy Zacarias Ramalho apenas até o momento em que a cobra fumou durante o clássico contra o Botafogo. Porque, de fato, o jogo marcado pelo nervosismo que acabou ALIJANDO os tricolores da liderança não permitiu licença para lamentações.

Lugar de jogador (também) é no xilindró

No Brasil, jogador de futebol em atividade pode cometer os mais diversos delitos que nada acontece. Estão acima da lei. Os boleiros daqui já confessaram relações perigosas com traficantes, cometeram homicídios no trânsito, brigaram em boates e em ambientes menos nobres, sonegaram impostos, praticaram o crime de racismo – e nada. No máximo, alguns impropérios ininteligíveis nas malditas mesas-redondas esportivas e tudo volta ao normal.

Um breve momento de avaliação

Com a aproximação do final do mês e já mais reestabelecidos daquela final medonha que decretou o fim do futebol, percebemos que é hora de avaliar e colocar um ponto final na cobertura da Copa do Mundo da África do Sul.

Considerações derradeiras sobre a aventura mundialista

Bem longe do calor das vuvuzelas, da esplendorosa orla de Durban e das vinhas e do turismo SENSUAL da Cidade do Cabo, a famosa QUEBRADA de Bartolomeu Dias, está Johannesburgo. Fiquei sabendo, pelos jornais e por dois jogos que, me juram, assisti no estádio, que houve Copa do Mundo também por lá.

Hora de apostar no sangue novo

Corria o primeiro tempo de Flamengo e Avaí, no Maracanã, com vitória parcial carioca, quando Rivaldo, do time catarina, é desarmado no meio do campo. De pronto, os microfones vazam e ouvimos o pronunciamento desesperado: “Porra, matou o contragolpe. Carrega essa bola!” Era Antônio “Delegado” Lopes gritando com seu próprio jogador, expondo-o à DESCOMPOSTURA pública diante de toda a nação. Pois todo mundo fala que Mano Menezes vai assumir a seleção brasileira, mas o nome do momento claramente é Lopes, essa jovem revelação, que certamente colocaria ordem naquela balbúrdia que veste amarelo.

Seres de outro mundo, uni-vos

Estamos de volta ao ponto de onde partimos e de onde nunca saímos. O Santa Cruz estreou domingo. Na Série D. Com derrota. A solução? Demite o técnico pelas costas. Chama Givanildo.

Abre a porta, a janela, e vem ver o sol nascer

O mar vermelho foi aberto para Moisés passar com todos os judeus que esperavam um mês para estrear nos seus clubes. Com a antecipação da janela de transferências em 11 dias, todos os clubes que contrataram reforços do exterior durante a Copa foram beneficiados – entre eles, o Inter, que vai largar com vantagem sobre o São Paulo. O episódio pode levar a algumas considerações a respeito da ética ou da falta de ética das federações e dos clubes – e para isso, o histórico recente deve ser bem analisado.