Fé no São Random

Classificação geral do Bolão do Impedimento, após a 15ª rodada do Brasileirão.

Valei-me São George Romero

Injuriado, retorno a esta tribuna sacando do coldre um spoiler, aquele artificio muito usado por xibungos e cinéfilos (desculpe-me a redundância) para antecipar o desfecho da trama. Portanto, aviso logo à praça: Se seu negócio é ludopédio, favor voltar outro dia. O longo texto que segue abaixo não tratará de futebol.

O seguinte é este. Ou melhor, foi este.

A covardia do treinador gaúcho

Dos grandes times paulistas, o Palmeiras é o único que ainda não levou taça nos campeonatos de pontos corridos. Agora, com Muricy no banco, o glorioso alviverde imponente tem a maior chance da sua história. Pelo simples fato de concorrer com dois times treinados por Celso Roth e Adenor Bacchi, treinadores nascidos no Rio Grande do Sul – adeptos de um estilo COVARDE.

Confesso que sequei – o Atlético-MG

É coisa até meio estranha para um cruzeirense tentar exercer a arte da secação ao rival. Na verdade, é difícil não reconhecer a cristalina superioridade dos torcedores do clube de Lourdes em sua dedicação ao objetivo de tornar mais áridas as margens opostas da Lagoa da Pampulha. Apenas para ilustrar tal constatação, faço notar, àqueles que se espantaram com a flâmula preta e branca adornando o desfile vitorioso dos pinchas em La Plata, que até outro dia ainda era possível ver uma bandeira amarelo-limão do Borussia Dortmund na torcida atleticana, nos dias de clássico no Mineirão, e sempre no mesmo lugar, comprovando que não se tratava de um fanfarrão mais desmiolado e sim de uma deliberada postura institucional de valorização dos feitos alheios, sempre em nome da rivalidade local.

Zacarias estreia como le gusta

Ao menos até amanhã, quando os Galo Boys encaram o Flamengo no MARACANÃO, o Palmeiras está deitado eternamente no berço esplêndido da liderança isolada do TAPIOCÃO 2009. Tal condição de graça e TERNURINHA deve-se à magra vitória por 1 a 0 diante do Fluminense, que há DEZ jogos não lambe os beiços após um triunfo.

“São Domingues? Cabe no meu bolso”, diz Ferdinando

Sujeito de rara habilidade para as letras, o nobre Franciel Cruz tentou nos convencer de que Leandro Domingues, um meia do Vitória, é o grande destaque do Brasileirão. Ledo engano, meu caro. Seja numa aldeia perdida na selva amazônica, num baile funk proibidão do Rio de Janeiro ou em uma singela roda de chimarrão no Rio Grande, muitos já comentam que o craque deste campeonato atende pelo nome de Ferdinando e veste a camisa 5 do melhor time da Série A nas últimas quatro rodadas.

O dono de todas as posições – parte I

Apreensão no estádio da Montanha. Tinha início o ano de 1960 e nenhum jogador queria ficar de fora da segunda grande excursão do Sport Club Cruzeiro à Europa, que teria início no mês de março.

– O senhor vai levar o Tonico? – pergunta um repórter.

– Claro, o Tonico já está garantido. É meu substituto para todas as posições – responde o grande treinador Carlos Froner.

São Domingues

A verdade que salva e liberta tem que ser dita. E eu a direi logo no primeiro parágrafo. Afinal, a missão do cristão ortodoxo é levar (lá ele!) as palavras da fé aos incréus com a máxima urgência. Portanto, hereges, dirijam-se imediatamente ao genuflexório para ouvir o que está escrito em Gênesis, capítulo 07; versículo 2009. Eis: “No princípio, existiam trevas sobre a face do abismo e sobre o Ludopédio de Pindorama, mas neste Brasileirão fez-se a luz quando entrou em campo o menino Leandro Domingues. E, assim, houve a separação entre o bom e o mau futebol”.

Conmebol abre sua casa ao Impedimento

Na última semana a equipe do Impedimento foi convidada a conhecer a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol). Nossa visita foi notícia em diversos veículos de imprensa escrita, falada e televisionada. É claro que alguns meios perderam o foco e falaram mais da tal Cópula do Mercosul, mas todo mundo sabe que é melhor não sabermos como são feitos os jornais, as salsichas e os blogues de futebol.

Neste post, as imagens do prédio da Conmebol e do Museu do Futebol Sul-Americano.

Reencontros, recuerdos e bola pro mato

Atleta alviverde orienta o espacato do adversário.

Se alguns clubes brasileiros sofrem com a necessidade de montar uma equipe por ano, tendo que buscar no mercado nacional referentes como Nunes, Marcel e Jadílson, tenhamos claro que sempre pode ser pior. No Paraguai, com o Apertura e o Clausura, os clubes acabam mexendo no plantel a cada semestre. O lado bom da falta de continuidade nas equipes é que a torcida acaba se reencontrando com alguns ídolos de outras eras. Assim foi na primeira rodada do Clausura.

Como surgiu o homem que gosta de futebol

Ontem estava eu na fila do supermercado e uma velhinha me abordou. Sabia que aquela camiseta laranja era do Impedimento, o seu site preferido, ao lado do Mais Você e do Kibe Loco. Estava muito curiosa, ela, para saber como surgiu esse tal homem que gostava de futebol.

Um intruso chamado Andrade

Em seu MILÉSIMO jogo por campeonatos brasileiros, o Flamengo conquistou uma vitória sobre o Santos em plena Vila Belmiro, coisa que nunca havia acontecido em toda a história das partidas oficiais entre os dois times. Mais importante do que isso, no entanto, foi a TOCANTE manifestação de Andrade após o jogo, debulhando-se em lágrimas e oferecendo o TRIUNFO a Zé Carlos, ex-goleiro rubro-negro que morreu na sexta-feira.

Assento 21

Chega o momento em que você descobre que não será.

É meio chato, sabe? Os anos vão passando mais rápido – puta merda, já estamos em julho! – e quando você lê a biografia de alguém fica se remoendo ao descobrir que na sua idade o cara já tinha escrito isso, ganho aquilo, ido a tal canto, conhecido fulano, comido sicrana… enfim, o cara já era o cara. E você, seu bucho de cerveja, seus dentes amarelos e os cabelos brancos perto da orelha continuam sendo só mais um.

Confesso que sequei — a seleção brasileira

Nunca fui um ENXUGADOR muito interessado e eficiente, talvez por ser um colorado nascido na gloriosa década de 70 mas inevitavelmente humilhado nas duas décadas seguintes, quando secar o principal adversário era uma atividade, além de INSALUBRE, inútil. Além disso, o DESDÉM sempre me pareceu muito mais digno do que o resoluto desejo pela desgraça alheia — cuja energia negativa, todos sabem, DÁ CÂNCER. Dito isso, fica evidente que esta análise é muito mais CIRCUNSTANCIAL do que uma secação legítima [é claro que alguma simpatia pelo adversário também ajuda]. Assim, passo a abordar uma arte que pode ser considerada um sacrilégio para um torcedor estrangeiro que não conheça o Galvão Bueno: secar a seleção da CBF, também conhecida como “brasileira”.

O incrível caso do homem que gosta de futebol

Esse último domingo foi de muito sofrimento para um homem. Que não vestia vermelho, aliás. Nem o amarelo dos homens de preto da arbitragem. Faltavam alguns minutos para as 10h da manhã e era preciso tomar uma decisão: deveria ir ao grenal, mesmo sabendo de todos os problemas na entrada e na saída? Pagar 50 reais por uma cadeira e submeter-se à toda a insanidade dos aparatos de segurança antes de entrar? Os olhares desconfiados? As ameaças veladas?