Top 10 humilhações do Cruzeiro

Na filosofia do “rir pra não chorar”, entrei na onda do Impedimento e resolvi contribuir com um Top 10 de humilhações do meu time, o Cruzeiro.
Até pensei em gastar um tempo pesquisando jogos vergonhosos do Cruzeiro do passado distante. Mas acabei listando 10 do passado recente, ainda FRESCOS na memória de rapaz de 22 anos. Interessante notar que todos as humilhações que apresentarei aqui aconteceram a partir da década de 90, já dentro da fase boa do Cruzeiro- período em que foi duas vezes supercampeão da América, outra vez da Libertadores, 4 vezes da Copa do Brasil, uma vez do Brasileiro, entre outros, passando 14 anos consecutivos com pelo menos um título. Procê vê, minino, que nem as épocas boas escapam. A ordem é a ordem alfabética do tempo (salve ASCII), também conhecida como cronológica.

Cruzeiro 1×5 Remo (Campeonato Brasileiro, 13-nov-1994)

Já sem Ronaldinho, a participação do Cruzeiro no Brasileiro de 1994 foi um fenômeno de vergonha: o clube foi o antepenúltimo colocado na repescagem, terminando o campeonato em 22º, à frente apenas dos rebaixados Remo e Náutico, que caíram para a segundona. No total foram 6 vitórias, 4 empates e 14 derrotas. O jogo escolhido foi a derrota por 5×1 para o Remo no Mineirão, com 4 gols de Helinho (Léo Batista: “e o Helinho tá demais!”). TILICO fez o do Cruzeiro.

O Remo ainda venceu o Cruzeiro mais duas vezes naquele campeonato, tendo sido a Raposa vítima de 3 das 6 vitórias REMÍSTICAS no campeonato.

Cruzeiro 0x2 Borussia (Mundial Interclubes, 01-dez-1997)

Vá lá, não é uma grande humilhação perder a final do Mundial. Muito time queria ter tal oportunidade (não é, rival local?). Mas foi uma grande decepção após a conquista da América.

Depois de um Brasileirão pífio com risco de rebaixamento, o time se “preparou” para o Mundial contratando, para um jogo só, o zagueiro Gonçalves, os atacantes Bebeto e Donizete Pantera, e o pior de tudo, o técnico era Nelsinho Baptista. Não podia mesmo dar certo. O time jogou com Dida, Vítor, João Carlos, Gonçalves, Elivelton; Fabinho, Cleison, Roberto Palacios (Marcelo), Ricardinho; Bebeto, Donizete. Repare nos 4 volantes… oh, tristeza.

Palmeiras 7×3 Cruzeiro (Copa Mercosul, 22-out-1999)

Tendo ido para o intervalo vencendo por 2×1, o Cruzeiro tomou a virada no segundo tempo. Parecia um jogo parelho, até os 40 minutos, quando o placar mostrava 4×3 para os paulistas. Mas nos últimos 5 minutos, o Palmeiras fez mais 3 gols. O goleiro do Cruzeiro era MAIZENA. O Palmeiras era SÓ campeão da Libertadores.

Vasco 3×0 Cruzeiro (Campeonato Brasileiro, 3-out-2001)

Em 2001, no papel, o Cruzeiro era um timaço. Investindo em grandes contratações como Rincón, Edmundo, Jorge Wágner e Alex, além de já contar com Sorín, João Carlos (ex-seleção), Maicon e o goleiro André. Mas o que se viu foi um time tentando fugir do rebaixamento, com o técnico Marco Aurélio (aquele que já treinou a Ponte Preta 826 vezes) chegando a preterir Alex e colocar ABEDI.

Escolhi como jogo símbolo da época a partida em que Edmundo (aclamado pela torcida vascaína como provocação a Romário) perdeu um pênalti, pouco tempo após ter dito que não comemoraria um gol contra o Vasco. Foi demitido no vestiário. Romário fez a festa, 3 gols.

Cruzeiro 3×4 Paysandu (Copa dos Campeões, 04-ago-2002)

Lembra desse campeonato? Era legalzinho e valia vaga na Copa.
O Cruzeiro venceu o primeiro jogo da final e só precisava de um empate no segundo jogo, em Fortaleza. Mas foi surpreendido pelo Papão, que com três gols de VANDICK e um de JÓBSON, levaram a decisão para os pênaltis. Ricardinho, Vânder e JUSSIÊ perderam os três primeiros pênaltis do Cruzeiro, enquanto os paraenses não erraram nenhum. E assim o Paysandu conseguiu, pela primeira vez, uma vaga na Libertadores.

Fluminense 5×1 Cruzeiro (brasileiro, 11-ago-2002)

Estréia de Romário no Fluminense. O Cruzeiro vinha da decepção na Copa dos Campeões contra o Paysandu, uma semana antes, e decepcionou outra vez. Trazendo no elenco tosqueiras como RUY CABEÇÃO (cuidado, Grêmio), Joãozinho (filho do original) e JUSSIÊ (nome de marca de ervilha!), o time fez de tudo para que o baixinho estreasse em alto nível.
Duas rodadas depois, chegaria Vanderlei Luxemburgo e voltaria Alex, e nascia aí o supertime campeão do ano seguinte.

Cruzeiro 3×5 Atlético (mineiro, 29-fev-2004)

Um dia após a surpreendente saída de Vanderlei Luxemburgo (brigado com o presidente do clube), que levou também à saída de Rivaldo “Só Estava Aqui Pelo Vanderlei”, o Cruzeiro entrava em campo no clássico visivelmente abatido e desorganizado. Até começou bem a partida, abrindo o placar com gol de Guilherme (ex-Atlético), mas levou a virada e já perdia por 4×1 no intervalo.

Alex Mineiro e TUCHO fizeram a festa. Depois desta partida, o time estrelado reagiu e bateu o próprio Atlético na final.

Cruzeiro 3×2 Paulista (Copa do Brasil, 01-jun-2005)

O time de 2005 parecia bom. Tinha Fred, que fazia praticamente um gol por jogo. Mas perdera o QUEIJOMINAS para o seu time B, Ipatinga, em pleno Mineirão. E tendo no elenco MARABÁ, GABIRU e Argel, com Levir Culpi na CASAMATA (melhor palavra), a seqüência de vexames era uma questão de tempo.

Chegando às semi-finais da Copa do Brasil, o Cruzeiro tinha o Paulista de Jundiaí pela frente. No primeiro jogo, os paulistas do Paulista (eitcha pleonasmo?) surpreenderam e venceram por 3×1 (o tal gol por jogo do Fred). A torcida chiava, e o time pareceu reerguer-se. Abriu 3×0 no jogo da volta no Mineirão, ainda no primeiro tempo, com Weldon e Fred (2). Porém, caiu ao tomar dois gols de falta no segundo tempo, deixando o caminho para que o Paulista fosse o campeão batendo o Fluminense na final, trazendo aos holofotes Márcio Mossoró e Vagner Mancini.
Até hoje, muita gente não gosta do arqueiro Fábio, por ter tomado vários gols de falta naquela temporada. O próprio goleiro reconheceu sua deficiência quanto a posicionamento em faltas, mas pra mim, ele é o melhor goleiro do Brasil NO QUE TANGE a saída de gol no duelo frente a frente com o adversário.

Cruzeiro 2×6 Fluminense (Campeonato Brasileiro, 07-set-2005)

Olha o Fluminense outra vez… O Cruzeiro já sem Fred, com o cone Adriano Louzada, a zaga incrivelmente ruim formada por Marcelo Batatais e Moisés, e o meio com LOPES TIGRÃO (ex-Palmeiras) e o traveco KELLY (ex-Atlético-PR, não era muito ruim), se afundava após um primeiro turno razoável.

Uma derrota por um placar de tal espécie, sobretudo em casa, é sempre vergonhosa. Petkovic e TUTA agradeceram. Repare o pouco espaço atrás do gol da esquerda, e uma estrutura montada no lugar: era a preparação para um FESTIVAL DE AXÉ.

Cruzeiro 0x4 Atlético (Campeonato Mmineiro, 29-abr-2007)

Após o fiasco no Brasileirão de 2006, quando começou muito bem – era o líder durante a pausa para a Copa – e terminou longe da zona da Libertadores, Paulo Autuori tinha a missão de devolver o time ao nível que sua exigente (em muitos casos MALA) torcida queria. Apostou em alguns refugos como Fellype Gabriel (ex-Flamengo e nome tosco), Renan (volante do São Paulo), Fábio Santos (lateral esquerdo, cuidado Grêmio!) e André Luís (zagueiro tomador-de-cartão-de-juiz), que não deram certo; mas apoiou-se principalmente em Araújo (o sonho concretizado, voltando de lesão) e Kerlon Foca (eterno futuro craque e ingrato).

Após uma campanha MASOMENO nas primeiras fases do PÃO-DE-QUEIJÃO, a derrota para o maior rival no primeiro jogo da final, com uma apresentação ridícula e com direito ao antológico “gol com goleiro de costas”, derrubou Autuori (pediu demissão alegando “vergonha na cara”) e forçou mudanças que trouxeram ao time o técnico Dorival Júnior, o jovem Guilherme (campeão da Copa SP), o matador Marcelo Moreno e o retorno do centroavante Alecsandro, que seriam responsáveis pela boa campanha no Brasileirão daquele ano.

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Cito ainda como vexames BÔNUS, pra constar, a referida derrota para o Ipatinga na final do Mineiro de 2005.

Além disso, uma época triste: a década de 50. Nessa época, o Cruzeiro passou por uma grave crise financeira. Vários atletas jogaram sem salário, os treinos foram diminuídos, e o pior: o clube viu a desvantagem de 3 vitórias no histórico do clássico contra o Atlético (até 1946) subir para 33 em 1958. Neste período, o time acumulou vexames como um 7×3 para o SIDERÚRGICA, um 6×2 para o Atlético e um 5×0 para o América. O time precisou fazer jogos no interior em busca de dinheiro- e com isso conseguiu aumentar sua torcida em toda Aéciolândia.

Saudações e bom 2009 a todos!

Contribuição enviada pelo jovem desbravador cruzeirense Gabriel Marcondes.