Archive for junho, 2011
O concerto dos canhotos
Talvez seja a combinação de sinapses aceleradas, hormônios incendiados e iogurte de cevada em doses industriais. Agravada, provavelmente, pela expectativa opressiva de encontrar às vezes mais de uma centena de pessoas que fazem parte do teu horizonte diário, mas que às vezes o contato acontece através daquela sagrada caixinha de texto abaixo de cada post. Some a isso um pouco da angústia inata presente em todos os vadios tortos que vagam pelo mundo e o que temos, nos dias que precede a ImpedCopa, é uma explosiva combinação chacoalhada na coqueteleira de Dionísio, pronta pra explodir quando arremessada na atmosfera multicolor que cobre Porto Alegre a cada semestre. (mais…)
Um tiro no coração do ceticismo
Continuávamos todos cheios de certeza, quando aqueles cabeludos de camisas brancas, com detalhes vermelhos, e calções azuis desfilavam chuveirinhos para a área adversária e se atiravam como cavalos pra cima da bola. “Não vão longe”. E não iam. No ano passado, nem a comoção da camisa celeste nos convenceu totalmente. “Ganharam dos asiáticos e dos africanos, perderam para os europeus”. Mas nosso ceticismo, justificado pelos tempos do futebol-negócio, combinado com a derrocada econômica da “Suíça da América”, já começava a cambalear. O apito final de Enrique Osses em Liniers foi um tiro no peito de nosso ceticismo. (mais…)
Para atiçar o fogo sob a caldeira do diabo
Vídeo gravado pela reportagem do Impedimento há uma semana, num Centenario que esperava Peñarol e Vélez, justifica em sete minutos este parágrafo:
“Quem, por algum motivo estranho, aguentasse todas as filas para a complicada conquista do ingresso, e logo após o início da partida se retirasse de imediato do Estádio Centenário, não merece um julgamento cruel. E tampouco ser tido como infeliz, embora tenhamos visto no primeiro tempo uma infinidade de lances emocionantes e possibilidades de gol. A recepção da torcida do Peñarol foi maior do que todo o resto e pôde causar sentimentos complexos – em cinco minutos, o Centenário foi tomado pela bruma dos sinalizadores, manchou-se de fumaça branca e acabou com a imparcialidade na tribuna de imprensa. Era o momento mais lindo que todos ali já puderam ver no futebol.”
A três horas da volta,
ImpedCorp.
O castor pirado
Depois de alguns anos patinando, o Vasco conseguiu fazer um bom time, suficiente para levar essa Copa do Brasil. A prova foi a maturidade apresentada na partida de ontem, quando a defesa mostrou enorme solidez e permitiu a Alecsandro (!) antecipar a zaga (!!!) e fazer o gol (!!!!!!) que o deixou a um empate da Copa Libertadores.
La Olla mais branda do que anunciavam os deuses
Custou todas as moedas da guaiaca azulgrana ter desperdiçado a chance de eliminar o Santos no penúltimo jogo da primeira fase, quando perdeu em casa por 2 a 1. Pois este mesmo time ALBO da Vila Belmiro, agora reestruturado e com um técnico tão cabeça dura que nem pedrada é capaz de derrubar, eliminou los once de Astrada e avançou galopante para a grande decisão copera, aguardando que Vélez ou Peñarol se engalfinhem hoje à noite em Liniers. (mais…)
Um dia nos tiraram a alegria, e não fizemos nada
Quando estive pela primeira vez em uma arquibancada para ver um jogo de futebol, o jogo importava; da segunda até à trigésima quinta, não sei se era especialmente o jogo. Há algo de espetacular no delírio de um torcedor, especialmente o delírio que faz alguém sair do conforto de sua casa para encarar o concreto, o sol e o mijo alheio – aqui, a descrição definitiva do contexto. Quando eu vejo a torcida do Peñarol emocionando o mundo antes e durante a semifinal da Copa Libertadores, sinto um cheiro de jogo que não consigo mais sentir por aqui, por que um dia resolveram nos tirar a alegria, e nada fizemos. (mais…)