O “Chino” dos arrabaldes

“Fue mucho mi penar
Andando lejos del pago,
Tanto correr
Pa’ llegar a ningún lado.
Estaba donde nací
Lo que buscaba por ahí.”

O General Inverno dos treinadores castelhanos

Quando vestir o paletó para comandar o Internacional hoje à noite contra o Cerro, Jorge “EL CARBURÓN” Fossati não estará lutando apenas por si mesmo. Assim como os RUSSOS diante do exército nazista, o uruguaio vai a campo pelear de forma árdua e diligente pela sobrevivência de uma raça, nesse caso a dos treinadores castelhanos em terra brasileira.

Menos um na lista dos que nunca caíram?

Na segunda, jogou o River. O que pode ser uma daquelas tantas piadas infames com times que caem de divisão, mas o fato é que na Argentina há futebol na noite de segunda, que se chama Lunes, matando o potencial infame da piada. O cruel é que, mesmo estando há um ano e meio sem jogar coisa alguma, o River ainda não cairá neste ano, pois mantém-se numa confortável 13ª posição no descenso. O problema é a realidade que bate na porta.

A morte e a morte de Armando Nogueira (carta aberta)

Caro Armando,

Agora que nos deixaste, para assistir aos teus ídolos na tribuna de honra mais alta de todas, terás bastante tempo para conviver com os teus. Aqueles que também foram embora, aqueles que levaram junto consigo um futebol que não existe mais, e que o senhor ainda apregoava aqui na Terra.

O que o Grêmio aprendeu com Marcelo Rospide

O interino vitaminado que foi um dos melhores treinadores do Grêmio nos últimos anos não é lá um gênio do futebol, nem um virtuose incompreendido pelas massas. Rospide, na verdade, sempre foi um cara simples que fazia o simples, o que lá pelas tantas pode até gerar uma espécie de compaixão dos jogadores – “pô, meteram esse cara numa fria, esperando o Autuori, vamos jogar por ele” – mas nada que se possa dizer que é um treinador afirmado. Entretanto, mais com sua presença do que com suas ações, Rospide conseguiu transformar aquilo que chamam de “cara do Grêmio”: menos jogadores ruins e raçudos, mais jogadores qualificados formados na base.

Boa noite, cinderela. Até mais, Edu

Enquanto Jorge Fossati sofre uma perseguição implacável da mídia golpista e antitbagista e o Internacional TROPICA em campo, com problemas de demência senil na defesa e falência múltipla do meio-campo – ontem, perdeu solenemente por 2 a 0 para o Caxias -, um problema ainda maior se apresenta. É o ataque, onde aquele ratão do banhado que atende pela alcunha de Alecsandro chapinha no lamaçal de suas impossibilidades técnicas e o homem de confiança da direção para ser seu CONSORTE é Edu, com a produtividade semelhante à de um tarado por morfina.

AGUANTE RACING!

Lógico que os uruguaios vivem o futebol com poesia. Do contrário, não teria surgido de lá a bíblia da literatura futebolística latino-americana, de Eduardo Galeano, e outras obras antológicas. É sempre espetacular ver um país minúsculo ter tanta história – oito Libertadores, quinze Copas América, duas Copas do Mundo – tudo em estádios de madeira, que mal abrigariam times de várzea, e uma nostalgia constante pela pujança econômica. E o Racing de Montevidéu, senhores, é o Uruguai na sua essência nessa Copa.

A Chinelada do Passo D’Areia

É claro que ser derrotado por 3 a 0 para o Zequinha não é vergonha para ninguém, mas também é inegável que o time do Inter novamente teve uma atuação lastimosa, com os jogadores, setor de ataque em especial, pareciam atordoados como um bando de tias no casamento da sobrinha mais nova, que elas acreditam ser virgem, mas já carrega mais de trinta quilômetros de lingüiça nas costas.

Sou pequeno mas tenho casa

A entrega do mando de campo para o Inter acabou sendo benéfica ao Cerro – segurou um empate decente e lucrou uma fábula (para os padrões uruguaios). Lógico que o Racing Club de Montevidéu, clube ainda menor e que precisa ainda mais de grana, cresceu o olho com a possibilidade de levar a sua partida contra o Corinthians para o Atilio Paiva Olivera e também conseguir muitos trocados. A partida ocorre no dia 14 de abril, mas os empresários já começaram a assediar o time de Sayago.

A estratégia é a dissimulação

Um time campeão é, antes de tudo, sorrateiro. Não sai por aí de SOPETÃO, causando furor e subindo nas tamancas. Não começa competição alguma goleando ou mostrando fino trato nas lides da cancha. É preciso, sobretudo, se fazer de morto. Assim é o Estudiantes deste ano, como já havia sido em 2009.

Um perfeito idiota

Nos últimos dias eu cheguei à conclusão de que sou um completo idiota. Entendo nada sobre futebol, ao contrário de todos aqueles que ganham muito bem para isso. Relato aqui os motivos do meu fracasso:

“Libertadores não é Carioca”

Andrade precisa sentar com esses seus meninos urubus e lhes repetir a frase acima sempre, como se fosse um mantra. Porque está me parecendo perigosamente claro que o time não mordeu a tal ficha de realidade onde se diz que há 28 anos o Flamengo não retoma um território que já lhe pertenceu – a América.

Sobre estradas e quebra-molas

Novamente presenciamos aquele indispensável MANIQUEÍSMO da dupla Gre-Nal. Enquanto o Internacional chapinha no lodo da vergonha e da incapacidade mesmo no Gauchão, o time de Silas parece ajustar-se com uma formação que aparentemente pode dispensar salários do quilate de Hugo, Rochemback e Leandro.

Manto mais sagrado do que nunca

Que o Impedimento é o blog mais querido do continente, isto é coisa sabida e cantada em timbres requebrantes de Alvorada até a Guatemala. Mas faltava a materialização deste sentimento de euforia nacional.

Valeu pelo free-shop

Essa história de ganhar mando de campo do adversário nunca dá certo pro Inter. O jogo entre Inter x Cerro nessa quinta-feira foi uma preliminar do que acontecerá na “partida de volta” entre as duas equipes, no Beira-Rio: um time uruguaio matreiro e retrancado; um time brasileiro com obrigação de esmagar, mas sem as ferramentas.