Archive for janeiro, 2011
Como desbotar a história
A demagogia da Federação Gaúcha de Futebol foi a grande responsável pelo clássico desse domingo ter sido presenciado por umas poucas vítimas. Fosse realizado em Porto Alegre, disputado mesmo que por times de cães abandonados, teríamos no mínimo 20 mil pessoas assistindo à vitória do Grêmio, de virada, por 2 a 1. (mais…)
Gre-Nal cruza a fronteira
Para escrever sobre o GreNal do próximo dia 30, peço licença e abro o texto citando Nick Hornby em um trecho de Febre de Bola, biografia não-autorizada de todo torcedor: “Quaisquer significados que esses jogos tenham são os que você, e não a tabela da Primeira Divisão, atribui a eles.” Deste modo, o jogo válido pela 5ª rodada da Taça Piratini, 1º Turno do Gauchão 2011, tem uma importância enorme não necessariamente para colorados e tricolores, mais preocupados com as lides copeiras, mas sobretudo para santanenses e riverenses. (mais…)
Assim se dança bolero
Nada como deixar o futebol mais emocionante amarrando as pernas e os braços dos goleiros, como acontecia na Grécia Antiga e como fizeram na noite dessa quarta-feira Liverpool e Grêmio, no Estadio Centenario. Do contrário, estaríamos até agora lamentando a falta de gols, já que no Pacaembu o Tolima EMPACOTOU o Corinthians e manteve o placar lacrado. (mais…)
Para deflagrar a refrega
Na noite da ANUNCIAÇÃO da Copa Libertadores 2011, o estádio do Independiente, de nome bastante SUGESTIVO, recebeu uma partida de poucas luzes e escassas emoções, mas que acabou providenciando aos locais, contra o Deportivo Quito, a substantiva vantagem de 2 a 0 para o jogo da volta, no Equador, na próxima terça-feira. Hoje, segue a milonga. (mais…)
Tatuagens bonaerenses
Lendo um pouco da história argentina e atendo-se à cultura do país, percebe-se facilmente a propensão dos castelhanos para a eterna DICOTOMIA entre demolição e recontrução física e moral, bem como pelo HOBBY de bater panelas sempre que seus interesses são contrariados e por adotarem como um profissão de fé dos piquetes que nunca saem de moda. (mais…)
Los de Abajo – G.E. Bagé

Uma grande fogueira desvairada
Mesmo os mais abnegados defensores da moralidade e do profissionalismo no futebol devem concordar comigo quando afirmo que não há campeonato estadual mais CHARMOSO do que o Carioca, que ontem teve o complemento de sua segunda rodada, primeiro turno, Taça Guanabra, como diriam os plantões esportivos. Nada mais repleto de LIRISMO que a memória daqueles clássicos cheios de pompa e ESQUINDÔ no Maracanã – infelizmente, em 2010 serão no Engenhão, quase sempre largado às mariposas. (mais…)
Se troveja a gritaria, já relampeia minha adaga
Admiro muito aqueles que sabem brigar, no sentido de dar a puteada, xingar, botar o dedo na cara, conseguir o que quer e depois fazer as pazes sem mágoa ou ressentimento. Jonas provou ontem que é um cara que sabe brigar – e em alguns minutos, ajudou a construir um dos grandes momentos do futebol no ano. (mais…)
Tributo al gran fumador
Em meio à discussão do casal para decidir entre o bife de chorizo e o filé de peixe à romana, o garçom, um pouco gordacho e de feições indígenas, bonachão e alegre, interrompe: “No es ‘PIGÍ, nada de ‘PIGÍ’. El correcto es ‘vamos a pedir’ “, acentuando o “e” espaçado e interminável e aquele “i” tísico e elegante que escapa a nós brasileiros. E emenda a descompostura linguística com um sorriso que é assinado pela sentença: “Demoraram tanto pra escolher que se acabaram os bifes”. (mais…)
Lembranças da estrada
Apenas por um canhotazo crepsucular do zagueiro Mateus o Grêmio não obteve sua primeira vitória ontem, jogando diante do Ypiranga, no Colosso da Lagoa. Para um time reserva, a atuação tricolor esteve acima da expectativa, com algum volume ofensivo e uma defesa segura. Marcelo Grohe, por exemplo, recuperou-se de suas últimas traquinagens e teve um desempenho FIRME. Na casamata, a contragosto, Renato Portaluppi – ou, fontes confiáveis me revelaram, Renato PORTO-ALEGRENSE, nome que ele pretende adotar a partir de agora. (mais…)
O coração dentro da gaveta
Um tio-avô conta que um ancestral mais distante da família, muito rico, costumava aconselhar: “Pra ser rico tem que guardar o coração dentro de uma gaveta”. Palavras como amizade e caridade, segundo meu parente, não combinavam com a acumulação de dinheiro. Por isso, era melhor deixar o coração ali, na gaveta, ao lado do grampeador, como aqueles utensílios que a gente nunca usa, e quando vai usar já nem acha mais. (mais…)
As bruxas estão à solta
O presidente do Barcelona de Guayaquil, Alfonso Harb, encontrou, enfim, uma explicação para o fato de o clube mais popular do Equador não conquistar um título desde 1997: bruxaria. Durante uma coletiva de imprensa no dia 11 deste mês para anunciar a chegada de quatro reforços, Harb revelou aos repórteres que um jardineiro do clube encontrou enterrados no gramado do estádio Monumental Isidro Romero Carbo uma garrafa de vinho (ou de licor, segundo algumas fontes) com um líquido fétido e um boneco vestido com as cores do Barcelona (amarelo e preto) cravado de alfinetes. Nenhum de nós crê em bruxas, claro, mas que no futebol sul-americano elas existem, ah, elas existem. (mais…)
O inalienável direito de delirar
Os maus resultados dos times mandantes nesta primeira rodada do MORCILLÃO 2010 nos fazem divagar na doce ilusão de que as equipes do Interior realmente estão mais fortes e OXALÁ possam decidir todos os turnos e taças do campeonato, enxotando a dupla Gre-Nal para sua lida copeira e fazendo do campeonato uma linda quermesse cheia de luzes e banderinhas, que é a sua real função. É, sabemos, uma utopia. Mas é disso que nos alimentaremos até o Carnaval, portanto não admito represálias. (mais…)
Aprumando pro retoço
Com a dupla gre-nal de olho em La Copa, seria um equívco pensar que o Gauchão 2011 será apenas pão com alho e lingüiça. Ao contrário, tudo indica que os times do interior virão com o apetite de um cunhado em direção a um suculento vazio. (mais…)
Meninos, mlks, lendas
Dia desses tive a oportunidade de falar com uma lenda do futebol gaúcho. Ele atendeu o telefone, que estava na lista telefônica, depois de chamado pela filha. Eram apenas 3 perguntas banais, mas que foram sucedidas de uma longa charla sobre o seu tempo, os tempos de hoje, os costumes, o que ele faria se fosse presidente, o que ele deixou de fazer, como era bom se pudessem recuperar.
Quando vejo um jogador pedir que as perguntas sejam pré-programadas antes de uma entrevista, penso: será que um dia, eles serão assim? (mais…)