Especial Libertadores – Grupo 7

O gavião voou e foi embora, mas a morte continua à espreita

A quase certeza nacional sobre a classificação do Corinthians contribuía para que o Grupo 7 recebesse o carimbo de chave da MORTE, afinal havia ainda Cruzeiro e Estudiantes, dois times que há muito aprenderam a caminhar nas sendas da América, além do sorrateiro Guarani, do Paraguai. No entanto, não se enganem. Mesmo não tendo a camisa e os títulos da esquadra pastoril do Parque São Jorge, os colombianos do Tolima não devem tornar a situação mais previsível.

Cruzeiro

Poucas equipes brasileiras têm tanta tradição en La Copa quanto os estrelados das Minas Gerais. Com a autoridade de quem carrega dois títulos e várias campanhas mui DIGNAS – a última delas culminou com o vice-campeonato, justamente para o colega de grupo Estudiantes, em 2009, quando por coincidência as duas equipes também ficaram na mesma chave. A responsabilidade de conduzir o Cruzeiro a mais um sucesso libertador está nas religiosas e trêmulas mãos de CUCA, que enfim pode engrenar na carreira. A base do time vice-campeão brasileiro de 2010 foi mantida, o que é prenúncio de PROSPERIDADE, mas chegaram nomes que podem colocar tudo a perder, como o inefável Leandro Guerreiro e André Dias. Para combater a pataquada que se armou, os zagueiros Naldo e VICTORINO, ex-Universidade de Chile, foram contratados.

Estudiantes

Os pincharratas são professores quando a disciplina é Libertadores de América. Em 2009, sob o cajado de La Brujita Verón, um dos poucos jogadores que realmente pode dizer que joga por amor à camisa, recuperaram sua trajetória copera ao estraçalharem meio mundo para levantar seu quarto título na história e voltar a receber o brilho dos holofotes continentais. Assim como Inter e LDU, o time de La Plata apostou na continuidade e na insistência para conquistar títulos relevantes. A equipe que venceu a Copa em 2009 já havia chegado à final da Sul-Americana em 2008 e vencido um Apertura DRAMÁTICO contra o Boca Juniors em 2006. No final de 2010, levantou mais um Apertura. Mas o Leão precisa matar um semelhante a cada dia. Um dos grandes responsáveis pelo recente retrospecto de sucessos, o técnico Alejandro Sabella, pediu demissão no começo de fevereiro. A justificativa foi que a direção não havia reforçado o grupo conforme ele havia solicitado. Capitão e gerente de campo dos pinchas, Verón mordeu-se e saiu em defesa da trupe pincharrata. No lugar de Sabella, chegou Eduardo Berizzo, que terá a tarefa de fazer com que a esquadra de Orión, Desábato, Braña e Verón, além do recém chegado Nelson Benítez e de Hernán Lopez, uruguaio que pouco atuou em 2010, continue assombrando as canchas latinoamericanas.

Guaraní

O time paraguaio pode ser apontado por muitos como o FANTOCHE do grupo, pois de fato é pobre e o mais fraco de todos os quatro envolvidos. No entanto, é preciso estar atento, pois afirmo sem medo do ESCÁRNIO que, mesmo não obtendo a vaga, os ABORÍGENES  certamente serão o ponto de desequilíbrio do grupo. Por um motivo cristalino como as estrelas que iluminam Assunção: jogando em casa a equipe aurinegra deve tirar pontos dos adversários mais descuidados. Se considerarmos que os outros três times podem simplesmente trocar pontos entre si (vencendo em casa e perdendo fora), não seria DEMAGOGIA afirmar que o Guaraní, segundo time mais antigo do país, já tendo levantado dez títulos, será o fiel da balança. Embora seja improvável, numa destas aproveitam uma BRECHA e se desgarram rumo às oitavas. O clube paraguaio reforçou-se com os argentinos Pablo Vranjicán, Leonardo Zarosa e Pablo Caballero, além dos uruguaios Mario Leguizamón e Ignacio Iturralde. Os aborígenes chegaram a pretender TIGRE RAMÍREZ, mas a falta de grana – e o excesso de sorte – impediram que o negócio avançasse. O clube também negocia a contratação do meio campista Osvaldo Hobecker junto ao Rubio Ñu, mas perdeu Jonathan Fabbro para o Cerro, ainda que tenha feito jogo duro e só liberado o jogador após receber a FORTUNA de 230 mil dólares.

Tolima

O Tolima, agora bem conhecido por gregos e corintianos, entra no grupo sob olhares atentos dos outros três participantes. Afinal, eliminou com TERNURA e naturalidade uma das maiores folhas de pagamento do continente. Fundada em 1954, a esquadra de los pijaos garantiu a terceira vaga colombiana para a Libertadores. Em 2007, chegou a participor da Copa, mas ficou em terceiro em um grupo que tinha Grêmio, Cúcuta (eterno) e Cerro Porteño. Seu único título colombiano aconteceu em 2003, após vencer o Deportivo Cali nas penalidades. O fator local é um componente importante para a campanha que o Tolima pretende fazer, afinal a equipe está invicta há 30 jogos quando atua no Manuel Murillo Toro, com capacidade para 30 mil pessoas. E, apesar do sangue cafetero correndo nas veias, o time do técnico Hernán Torres já mostrou nos dois jogos contra o Corinthians que sabe se defender com enficiência. Além disso, tem no armador Murillo e no atacante Wilder Medina (na foto) seus nomes mais destacados. Após garantir presença na fase de grupos, o clube contratou o atacante Wilmer Cadena, que já jogou em uns três punhados de times argentinos e colombianos e chega para compor o ataque e formar uma dupla sertaneja de CÚMBIA com Wilder Medina.

O grupo abre os trabalhos na semana que vem, com Tolima x Guaraní (15/02) e Cruzeiro x Estudiantes (16/02).

Saudações,
Douglas Ceconello.