Archive for fevereiro, 2009
O dia em que o Quilmes virou o time do Pato Donald
Grande alvoroço se instalou no bairro de Jacarepaguá com a notícia divulgada no final de 2012. Não, a Fifa não desistiu da Copa do Mundo, nem o governo resolveu acabar com a renovação automática das concessões. A questão é que o Quilmes, clube mais antigo da Argentina, derrotou o Vélez Sarsfield e tornou-se o quarto classificado argentino para a competição, disputando uma vaga na Pré-Libertadores.
Não era exatamente uma novidade, pois o Quilmes disputara uma Libertadores antes, protagonizando o lamentável episódio Desábato. O problema previsto por um executivo mais atento era o nome que os jornalistas da empresa global deveriam dar ao clube. (mais…)
A hora e a vez dos balaquentos
Passatempo mais familiar que o carnaval em Veranópolis, só mesmo freqüentar o Estádio municipal Antônio David Farina. No domingo passado, enquanto suávamos frio com a britzkrieg do Santa Cruz sobre área do VEC, duas senhoras ao meu lado discutiam calorosamente qual o melhor lugar para se fazer as unhas na cidade, enquanto um bando de crianças se encharcava numa guerra de garrafas de água, bem atrás do bandeirinha. (mais…)
Inter surpreende Nóia e está na final
Se os espectadores do futebol encontravam-se exauridos após a blitz tricolor da noite de quarta, Internacional e Novo Hamburgo trataram de fazer um jogo no ritmo de ressaca, só interrompido pelo som das botinadas germânicas nas canelas coloradas. Ao fim e ao cabo, o Inter garantiu-se na final do primeiro turno, numa partida em que Carlos Eugênio Simon provou mais uma vez sua vocação para a política. (mais…)
O irmão de Roberto
Conheço Roberto Markarian há mais de vinte anos. Ele morou na casa de um casal de amigos meus durante um bom período, nos anos 80, enquanto escrevia sua tese de doutorado na UFRGS. É um sujeito engraçado, inteligentíssimo e que parece conhecer tudo. Matemático de primeira linha, teve sua carreira interrompida pela ditadura militar uruguaia, que preferiu vê-lo preso. Aos 36 anos, em 1983, ele apareceu por aqui para recomeçar as atividades em sua área, após 10 anos de inatividade. É daquelas pessoas que qualquer um gostaria de ter como amiga. Sempre sorrindo e contando coisas com graça, Markarian é gentil até para discutir. Lembro que uma vez ele defendeu a tese, para mim indiscutível, da superioridade da literatura em língua espanhola sobre a de língua portuguesa. Contra os bobos protestos nacionalistas, ele permaneceu tranqüilo, rebatendo facilmente os contra-ataques. Uma vez, perguntei sobre sua família. Surpreendi-me com a profissão de seu irmão: técnico de futebol. (mais…)
Um moço afoito, uma senhorinha melindrosa
O jogo presenciado por 33 mil tricolores e uma meia dúzia de chilenos começou dando a ERRÔNEA impressão de que poderia haver um mínimo de equilíbrio. Isso porque o Universidad do Chile conseguiu um escanteio logo a um minuto e depois ainda contou com uma rateada de Tcheco, A Rainha da Inglaterra da corte de Celso “Charles” Hot. Mas nem o ATRAQUE que o Grêmio INFLIGIU durante o jogo inteiro foi suficiente para remover o NADA do placar. (mais…)
Por que Libertadores ou O triste fim de um apêndice são-paulino
Sob o risco de colocar toda a minha credibilidade no lixo, revelo que descobri o futebol aos 13 anos, idade em que inglesinho já anda por aí fazendo filho. Se um dia isso for usado contra mim, nego e tenho provas do contrário: fotos de piá com a camisa do Grêmio costurada pela avó e tudo, mas isso se dava menos por interesse e mais por insistência de um tio gremista que, determinado a se vingar dos oito irmãos colorados, decidiu cooptar toda uma geração de sobrinhos com bugigangas tricolores. (mais…)
Após a falência do caráter, o futebol
É impressionante como, mesmo que não viaje e permaneça no conforto do lar pretendendo produzir alguma coisa, o cidadão é inevitavelmente ARREBATADO pela fúria bestial que acomete a grande nação brasileira no período do Carnaval. Fiquei em Porto Alegre, mas a sensação de falência física e ruína moral é a mesma que se eu estivesse passado os últimos quatro dias em Laguna acompanhando dúzias de estudantes universitários. (mais…)
Campinense é a Paraíba na Série B
O gasto e irreal clichê GLOBÊS, recorrente para os clubes brasileiros na disputa da Libertadores, tem mais consistência se utilizado para o escrete de Campina Grande. (mais…)
Triste sina Xavante
Quando a direção do Brasil de Pelotas decidiu disputar o Campeonato Gaúcho, sem isenção de rebaixamento, mesmo os mais céticos cogitaram a possibilidade de uma retomada briosa impulsionada pela torcida. Mas a realidade às vezes se impõe de maneira inescapável. (mais…)
Sobre profissionais e amadores
Em uma noite na qual o Internacional mostrou-se bravo diante do União de Rondonópolis e conseguiu voltar vivo a Porto Alegre, Sport e Nacional, do Uruguai, triunfaram longe de seus lares. Enquanto isso, no paralelo 30, atletas um pouco menos disciplinados mas sinceramente mais dedicados extrapolavam todos os limites do corpo, da mente e da física em mais uma fulminante Pelada do Impedimento – com direito a um insólito e insalubre BÔNUS. A IMPEDNUA, lhes digo agora, atendendo ao clamor das massas, passa a ser ESTATIZADA e contará com ampla participação do POVO. (mais…)
Top 10 Humilhações do Vasco
É difícil você conhecer um cara que use aquela cruz de malta no peito e que não saiba da história do time, das conquistas, do pioneirismo. Pioneirismo que vem desde a descoberta do caminho das Índias (tudo bem, essa eu forcei) até ser o primeiro clube brasileiro campeão das Américas (invicto!), em 1948 contra o River (freguês de sempre) de Di Stéfano. Aliás, na base desse time nada menos que oito jogadores eram titulares na incrível e injustiçada Seleção Brasileira de 1950. A lenga-lenga é antigo, mas um clube que nasceu do nada, na Segunda Divisão, e venceu tudo, construiu sozinho, sem ajuda de Estado nem município, seu estádio (durante uma boa época São Januário era o maior das Américas) não é só mais um. Mas nem por isso tudo vou dizer que foi doloroso ou difícil achar os 10 maiores vexames da história do meu Vasco. Afinal, não podemos contar somente vitórias. Para quem foi pela primeira vez no Maracanã com três anos de idade, não era difícil estar presente em mais da metade dos jogos relatados abaixo. Sou daqueles que acham que quando não vou no jogo, o Vasco perde por minha causa. Até hoje me culpo pelo gol do Pet em 2001. Desculpem, vascaínos, foi culpa minha. Aquele golpe não merecíamos. (mais…)
Uma derrota benfazeja
Não pude assistir à derrota do Palmeiras para a Liga de Quito ontem, e estou escrevendo este texto sabendo apenas do resultado da partida, um 3 x 2 à la Brasil x Itália, no qual o time derrotado fica o tempo todo atrás no placar, e sem ler nenhuma resenha, crônica, relato ou comentário, de forma a não distorcer minha impressão, que é a seguinte: foi uma derrota na hora certa. (mais…)
A monstruosidade que se ergueu na margem
Os mais atentos – aqueles que PERSCRUTAM os mínimos sinais do DESTINO, os que não atravessam no meio dos CRUZEIROS e nem dormem de barriga pra cima pra não CHAMAR pesadelos – certamente já sabem, mas é meu dever alertar também as pobres almas que costumam se perder no bosque dos pensamentos agradáveis e nos bares onde esperanças VOLÚVEIS proliferam-se: hoje começa a derrocada do Inter no ano de seu centenário. (mais…)
Top 10 humilhações do Ipatinga
Pegue os poucos torcedores do Ipatinga e selecione os alfabetizados. Jogue fora os que tem outro time como segunda ou primeira opção (a chamada vocação paranaense). Pegue esse punhado e selecione apenas os capazes de escrever com maestria sobre os piores momentos de sua equipe. Você terá Marcelo Morato. (mais…)
Drama uruguaio com festa tricolor
Ato 1:
Torcedores do Peñarol, após a eliminação para o Independiente Medellín, invadem a sede do clube. A pressão tem um motivo muito claro: percam o próximo jogo para o Danubio ou morram. (mais…)