Adultos da Vila

A principal notícia de ontem é que, apesar da intenção dos americanos do México de espancar o time santista, os alvinegros praianos amadureceram e estão com cara de campeões. Mesmo com Muricy, adepto incondicional da fórmula retranca-contraataque, o Santos impôs sua maior qualidade e não arrepiou nem quando Neymar levou entradas criminosas, como o golpe de Layún que terminou com pisada na mão. Aliás, logo depois desse lance Neymar encarou o marcador e o xingou bastante – uma clara demonstração de que entendeu o espírito da Libertadores.

A estratégia do time de Carlos Reynoso – que foi com os titulares – parecia bem clara: vamos perder, então o objetivo é machucar bastante para que eles apareçam esgualepados no jogo de volta, onde podemos matar. O jogo de volta não será no Distrito Federal mexicano, mas na altitude maior de Querétaro, um lugar que também é seco e pode causar problemas com o ar rarefeito. Mesmo assim, o América até mostrou consistência defensiva, especialmente no primeiro tempo, quando o Santos não parecia encontrar o caminho do gol. Uma atuação quase nula  de Zé Eduardo e a boa marcação sobre Ganso quase fizeram o time azteca alcançar o empate.

Quase. O que diferenciou o roteiro comum do placar foi justamente a qualidade superior de Ganso, que conseguia encontrar espaços e chances de tocar a bola mesmo marcado por dois ou três. E numa dessas tentativas, ele tabelou com Neymar e arrematou para marcar o primeiro gol santista, gol que acabou definindo a partida.

No segundo tempo, o América praticamente não tentou o gol, mesmo colocando o ponteiro esquerdo uruguaio Vicente Sánchez (artilheiro da equipe na Libertadores) em campo. Seguiu se defendendo, com mais de 8 jogadores atrás da linha do meio campo e sentando o sarrafo em todos os jogadores santistas – especialmente Neymar. É uma tática válida, considerando que o juiz era Jorge Larrionda (um notório adepto da caça a jogadores brasileiros, desde a Libertadores de 1807) e que não havia mesmo outra forma de parar o moicano safado.

Mesmo assim, o Santos manteve o equilíbrio emocional em todos os momentos da partida e saiu com a vitória. Uma clara demonstração de maturidade de um time que parece talhado para ser campeão.

Até a vitória,
Luís Felipe dos Santos