Posts filed under ‘Libertadores’
Um tiro no coração do ceticismo
Continuávamos todos cheios de certeza, quando aqueles cabeludos de camisas brancas, com detalhes vermelhos, e calções azuis desfilavam chuveirinhos para a área adversária e se atiravam como cavalos pra cima da bola. “Não vão longe”. E não iam. No ano passado, nem a comoção da camisa celeste nos convenceu totalmente. “Ganharam dos asiáticos e dos africanos, perderam para os europeus”. Mas nosso ceticismo, justificado pelos tempos do futebol-negócio, combinado com a derrocada econômica da “Suíça da América”, já começava a cambalear. O apito final de Enrique Osses em Liniers foi um tiro no peito de nosso ceticismo. (mais…)
Para atiçar o fogo sob a caldeira do diabo
Vídeo gravado pela reportagem do Impedimento há uma semana, num Centenario que esperava Peñarol e Vélez, justifica em sete minutos este parágrafo:
“Quem, por algum motivo estranho, aguentasse todas as filas para a complicada conquista do ingresso, e logo após o início da partida se retirasse de imediato do Estádio Centenário, não merece um julgamento cruel. E tampouco ser tido como infeliz, embora tenhamos visto no primeiro tempo uma infinidade de lances emocionantes e possibilidades de gol. A recepção da torcida do Peñarol foi maior do que todo o resto e pôde causar sentimentos complexos – em cinco minutos, o Centenário foi tomado pela bruma dos sinalizadores, manchou-se de fumaça branca e acabou com a imparcialidade na tribuna de imprensa. Era o momento mais lindo que todos ali já puderam ver no futebol.”
A três horas da volta,
ImpedCorp.
La Olla mais branda do que anunciavam os deuses
Custou todas as moedas da guaiaca azulgrana ter desperdiçado a chance de eliminar o Santos no penúltimo jogo da primeira fase, quando perdeu em casa por 2 a 1. Pois este mesmo time ALBO da Vila Belmiro, agora reestruturado e com um técnico tão cabeça dura que nem pedrada é capaz de derrubar, eliminou los once de Astrada e avançou galopante para a grande decisão copera, aguardando que Vélez ou Peñarol se engalfinhem hoje à noite em Liniers. (mais…)
Darío, el rompe-gargantas
“Aquí, el hincha agita el pañuelo, traga saliva, glup, traga veneno, se come la gorra, susurra plegarias y maldiciones y de pronto se rompe la garganta en una ovación.” Eduardo Galeano, “El hincha”. (mais…)
Mareados pelo sacolejo do Prata
Foram mais de mil, os argentinos que investiram em lugares nos imponentes barcos da Buquebus para atravessar o Rio da Prata. Ainda houve os que se utilizaram da ponte aérea do sul e os que, por contar menos pesos nos bolsos, chegaram a Montevideo por terra. Mas o maior aglomerado dos fortineros veio pelo “Mar Dulce”, definição dada pelo navegador espanhol Juan Díaz de Solís, que passou por essas águas n’outras épocas. O perigo de conflitos com a polícia, contra certos aurinegros mais exaltados ou entre os próprios torcedores do Vélez foi dissipado na chegada: caminhavam devagar pela doca montevideana, como que enjoados pela travessia da fronteira natural entre porteños e orientales. (mais…)
A falta do gol final e a tragédia do cagaço iminente
O que parece ter faltado ao Santos ontem é a frieza do assassino. Ao time de Neymar, não sobrou rebolado, não faltou raça, nem determinação: porém, quando ao lado do atacante da Seleção Brasileira está um rapaz que atende pelo nome de Zé Eduardo – e que é mais conhecido como Zé Love – é impossível dizer que é um time completo. O Santos de Muricy é um grande time e um dos favoritos para conquistar a Copa, mas poderia, em um gol final, ter encaminhado uma contenda que será duríssima em La Olla. (mais…)
Bando de locos
O Cerro Porteño é o pior time entre os semifinalistas da Libertadores. Nas últimas quatro partidas, contra Estudiantes e Jaguares, brindou o público e sua torcida com apenas dois gols diluídos entre mal jogadas oitavas e quartas de final. Enquanto Neymar brilha no Santos, o Vélez massacra seus adversários com goleada e o Peñarol avança com toda sua mística copeira, o futebol do Cerro chega a constranger. (mais…)
Uma Copa e uma lenda
Essa noite que terminou com o “Lolo” Estoyanoff jogado na lateral do campo, às lágrimas, festejando um gol improvável e sofrendo um furioso ataque de bobinas em San Carlos de Apoquindo; essa noite em que os seiscentos uruguaios presentes no pé da cordilheira viram gols perdidos aos montes pelo Peñarol, grandes defesas de um goleiro frangueiro e a assustadora proximidade da decisão por pênaltis; essa noite em que, outra vez no Chile, mesmo que em outro estádio, porque agora já não era mais o imponente Estádio Nacional, o carbonero logrou um triunfo copero nos minutos finais, como em 82, ano daquele gol de Fernando Morena, e em 87, ocasião do júbilo de Diego Aguirre; essa noite de ayer, quando o Peñarol foi grande como tão poucos sabem ser, essa noite é para sempre. (mais…)
O crime que não ocorreu
Santos e Once Caldas jogaram duas vezes ontem à noite, no Pacaembu. Em partidas simultâneas, uma transmitida somente para a cabine do Sportv no estádio, e outra levada ao grande público, as equipes empataram em um gol e o MURICINHOS DA VILA levaram a vaga para as semi-finais. O Once Caldas foi declarado campeão da Libertadores 2011. Wason Rentería ganhará uma chapinha exclusiva com o seu nome no troféu.
Bom senso tira o zero do placar e pode conseguir virada histórica
O novo Ranking da Conmebol, divulgado nesta terça-feira, coloca a Liga de Quito em primeiro lugar, com o Inter em segundo e o Estudiantes de la Plata em terceiro. Os critérios agora são mais claros: valem os times que conseguiram melhor pontuação nas cinco competições apoiadas pela entidade (incluindo o Mundial de Clubes Fifa e a Copa Suruga Bank – sim, ela é oficial) nos últimos cinco anos. É um ranking mutável, que deve ter várias alternâncias de liderança ano a ano, e que está de acordo com a realidade – Liga, Inter e Estudiantes estão entre os clubes que mais figuraram pela América recentemente. Agora, só falta ser útil.
Ao tranquito, no más
Certamente, o quadrante do chaveamento da Libertadores onde está se praticando o futebol mais medonho é aquele no qual militam Jaguares e Cerro Porteño. Ontem, quando aqui no hemisfério sul a quinta-feira já era sexta, os herdeiros de Lugo e os seguidores de Marcos fizeram um jogo de baixa qualidade, tipo esses que a gente vê na Champions League. Mas, nos acostumemos: um dos times estará na semifinal da Copa e precisamos aprender a lidar com isso. (mais…)
O inquilino sem pudores
Em um confronto cuja balança aparentemente tomaria o partido do equilíbrio indesmentível, o Vélez Sarsfield sacou do coldre sua pistola de gols achados e abriu uma TRINCA de vantagem sobre o Libertad, resultado que torna a vaga nas semifinais uma miragem que vai ganhando o sólido contorno de umas curvas morenas passeando na Calle Florida. (mais…)
Depois não vale chorar a maçã mordida
O Once Caldas é hoje como aquele mendigo que um dia você cruza na rua e não reconhece. Fica apenas com um estalo, ‘conheço de algum lugar’. Em seguida, cai na gargalhada e percebe que é o mendigo, só que barbeado, com roupas novas e cheiro de perfume, em vez do tradicional néctar da canjibrina. Assim é agora o time colombiano. (mais…)
São gritos de vamo cavalo….
…toca toca, êra êra. É assim que o Peñarol avança na Copa Libertadores da América, rumo à sexta taça.
No Centenário, o primeiro tempo mostrava um time aurinegro atacando na base do sufoco enquanto os chilenos defendiam com muita consciência, saíam bem para o ataque e até criavam chances de gol. Mas quem sabe o que é vencer ‘a lo Peñarol’ sabe que lá pelas tantas, o diabo (ou seria Deus?) rola os dados e coloca o improvável para jogar. (mais…)
Departamento de Futurologia da ImpedCorp divulga novo relatório
O destino da Copa Libertadores de 2011 será o colo do saci Rentería, que comemorará o bicampeonato do Once Caldas mesmo que a final seja entre Peñarol e Jaguares. Disso, a comunidade impedimentense está ciente. Mas, até lá, a taça precisa percorrer um caminho para chegar ao seu destino natural. E, a julgar pelos resultados da semana passada, é pouco provável que a Copa chegue à final ilesa. (mais…)