Ninguém chora, não há tristeza

11/10/2008 at 02:06 11 comentários

Que o Fluminense siga o exemplo de seu ilustre torcedor Cartola, que ficou anos desaparecido para depois voltar e tocar o horror no mundo inteiro com poesia da mais alta qualidade. Hoje ANGENOR completaria 100 anos, caso não tivesse pendurado definitivamente os óculos escuros e a vida em novembro de 1980.

Um dos maiores compositores da história do violão, Cartola não apenas fundou a Estação Primeira de Mangueira como escolheu as cores e o nome. O verde e rosa, achava ele, referiam-se às tonalidades de seu querido e amado – o que naquela época devia parecer bastante paradoxal – Fluminense.

O famoso apelido de nosso comparsa ANGENOR deve-se ao fato de que, quando trabalhava como servente de pedreiro, usava um chapéu-coco para proteger-se da poeria infernal. Compôs sambas geniais nos anos 30, mas na década seguinte largou-se pelo mundo e ninguém soube mais nada dele. Cogitava-se que tinha MORRIDO. Acontece que (já não sei mais amar) ele havia brigado com os amigos da Mangueira e sentido no esôfago a morte de Deolinda, sua companheira.

Este vídeo PROFÉTICO me foi mandado na quinta-feira pelo notório amigo Bruno Galera. É um encontro de Cartola com seu PAI, que o largara no mundo há uns cento e setenta anos. E o velho, desaforado, pede: “Toca aquela DO MOINHO”.

Em 1956, o jornalista Sergio Porto achou Cartola lavando carros. Instigou-o a gravar sambas novos, tentando levá-lo ao MAINSTREAM novamente. Até um bar ele tentou abrir, o ZICARTOLA, que fechou pouco depois. A partir de 1974 resolveu ensinar ao mundo com quantas cordar se ERIGI um mito e passou a compor músicas espetaculares, como As rosas não falam, Acontece, O sol nascerá, entre outras beldades.

E até hoje ele é feliz porque acredita que não deixamos Cazuza gravar O mundo é um moinho.

Ah, se eu tivesse autonomia.

Saudações,
Douglas Ceconello.

Entry filed under: Colunas, Literatura.

A Rainha de Oro e uma canastra suja As entrevistas dos boleiros

11 Comentários Add your own

  • 1. Bruno Galera  |  11/10/2008 às 10:17

    É aNgenor, mesmo. Desastre maior ainda.

    Cartola era praticamente analfabeto, mas tinha vocabulário maior e mais rebuscado que gente letrada tipo, sei lá, MACHADO DE ASSIS. E ia na igreja pra poder ouvir música de câmara e aprender a fazer arranjos (auto-didata em tudo).

    Maior gênio da história do Brasil.

  • 2. Titi  |  11/10/2008 às 10:35

    Angenor de Oliveira nasceu no Rio de Janeiro, em 11 de outubro de 1908.

  • 3. André K.  |  11/10/2008 às 11:33

    Engraçado que esse erro de chamar o cartola de agenor é comum. Já vi gente dizendo que um agenor (cazuza) gravou musica de outro.

    A lenda é que Cartola fez o mundo é um moinho para uma filha que estava se perdendo na noite

    Sobre o suposto analbetistmo dele, o Paulinho da Viola conta uma história bem interessante:
    http://pedroalexandresanches.blogspot.com/2006/09/no-sou-eu-quem-me-navega.html

    Mudando de assunto. Milton Neves acusa o golpe:
    http://www.papodebola.com.br/papodemidia/coluna/20081010.htm

  • 4. douglasceconello  |  11/10/2008 às 12:33

    Bah, arrumei ali, gurizada. Pior costume, este de escrever em estado de EMBRIAGANÇA.

    E, sem dúvida, tem mais vocabulário que 96% das pessoas GRADUADAS.

  • 5. Gabriel  |  11/10/2008 às 17:38

    E até hoje ele é feliz porque acredita que não deixamos Cazuza gravar O mundo é um moinho.

    SENSACIONAL.

  • 6. Atilio  |  12/10/2008 às 10:07

    ANDMIRÁVEL.

  • 7. douglasceconello  |  12/10/2008 às 13:26

    husdhusdhusduhd

    Muito bom, Atilio!

  • 8. guilherme  |  12/10/2008 às 19:39

    sensacional…

    nestas horas eu gostaria que o Cazuza ainda estivesse vivo, só pra poder cobrir ele de porrada.

  • 9. Roger  |  13/10/2008 às 12:53

    São trechos do documentário “CARTOLA, Música para os olhos”
    não?
    Credita aí pô…

  • 10. Roger  |  13/10/2008 às 12:56

    Aliás, tem um trecho de uma entrevista dele no documentário que é mais ou menos assim:

    ” Acordo as 5 da manhã, molho minhas plantinhas, leio o meu jornal, tomo café e depois um CONHAQUE E UMA CERVEJA. Tudo antes da 7 da manhã.”

    Fenomenal!

  • 11. Junior  |  13/10/2008 às 14:30

    Deixem de ser chatos. A gravação do Cazuza é boa, ele colocou alma naquela gravação. Sem falar que apresentou Cartola a uma geração que não o conhecia.

Deixe um comentário

Subscribe to the comments via RSS Feed


Especial – Libertadores 2011

A bola da ImpedCopa

Feeds

web tracker