Propongo que tú y yo nos vayamos conociendo

01/04/2011 at 17:01 36 comentários



É difícil de explicar. Porque sempre tivemos os problemas com a identidade, com a personalidade de um time que tem o nome de outro. Torcemos por um Inter-SM que tem as mesmas cores e um escudo que é ao menos similar ao da Capital – e ainda assim colorados, gremistas, independentes, indecisos e os que são apenas do clube da cidade frequentamos a Baixada Melancólica há muito tempo. A verdade é que não é uma questão bem resolvida: a maior prova é a tentativa moderna de buscar subterfúgios para a situação. Por poucos meses, trocamos de nome para “Santa Maria”; recentemente, o azul entrou na camiseta, ao lado do vermelho e branco de sempre, para fisgar maior apoio dos gremistas. Mas a personalidade chega, e a identidade também – nós a criamos com as condições que enxergamos.

De 2000 a 2007, essa longa quase-década, vimos o Inter na segunda divisão do Rio Grande do Sul. Vimos temporadas repetidas, de uma busca por um acesso que parecia nunca chegar. Como os anos e os desfechos eram parecidos, as cenas também se passavam pelas retinas uma e outra vez – os rostos de sempre no alambrado, o volante raçudo que carregava sacos de cimento nos meses sem futebol, as ofensas do povo molhado da geral ao pavilhão coberto em dias de chuva, a janela do banheiro que fazia possível o feito de ver um gol enquanto se mija e os jornais queimando, esparramados pela arquibancada após mais uma desclassificação. Havia, portanto, identidade – mas não era algo visível para quem não vivesse todos os domingos na Baixada.

Éramos, portanto, uma equipe que sempre se perfilava como uma das favoritas ao acesso e que perdia a vaga no último jogo, normalmente em Santa Maria mesmo, com estádio lotado e expectativas mil. Mas bastou um ano para que nos descobríssemos por completo. Primeiro, era necessário vencer o trauma da partida decisiva – coisa que aconteceu em 2007, ano em que deixamos a Segundona com velas no vestiário e uma grande arrancada final. No jogo do acesso, o 2-1 na Baixada contra o Pelotas desfigurou os fantasmas e pôs o time na primeira divisão depois de tanto tempo. Começava naquele dia o Inter-SM de 2008. De eterno amarelão, nos transformamos em uma equipe fantástica que liquidava as partidas no último minuto, às vezes no último escanteio, quase sempre contra times mais endinheirados, respeitados e presentes no cenário contemporâneo do futebol gaúcho.

Estruturado por Goico no arco, João Paulo e Vainer nas alas, Chiquinho, no meio, e Alê Menezes no ataque, o Inter-SM avançou às semifinais do Gauchão daquele ano. Chegou a vencer no Alfredo Jaconi, mas o Juventude – que levaria oito a um do outro colorado, dias depois – veio a Santa Maria e fez 4-2 no jogo da volta. Quando soou o último apito daquele mata-mata, quase dez mil pessoas aplaudiram de pé, por minutos a fio, o time que havia modificado tudo o que sempre pensamos sobre o nosso Inter. Mas quando tudo parecia possível, como se houvesse todo um novo mundo a se ganhar, a Avenida Liberdade e as cercanias do Cemitério Municipal se encheram de realidade. A Série C do Campeonato Brasileiro foi um fiasco, as dívidas precisavam ser pagas e, junto com o sonho, nos roubaram a honra do clube.

Nos últimos três anos, de 2009 a 2011, estivemos em um terreno diferente de todo o resto. Não havia mais a naturalidade da segunda divisão – que de tanto aterrorizar acabou combinando tão bem conosco – e tampouco a glória de lutar por títulos na elite. Penamos para sobreviver no nível de cima, vendo milhares de jogadores anônimos, que vieram de qualquer lugar para voltarem rapidamente aos seus territórios desconhecidos. Nos últimos três anos, o Inter-SM perdeu parte da vida, do dinheiro e da torcida para se manter entre os dezesseis grandes do estado. O sofrimento, que a bem da verdade já era anunciado na última temporada, parecia estar nas suas últimas pontadas na Taça Farroupilha. Foram dezessete gols sofridos e quatro derrotas nas quatro primeiras partidas do segundo turno: 3-2 para o Veranópolis, 3-0 para o Santa Cruz, 6-0 para o Grêmio e 5-0 para o Juventude.

Contra o Cruzeiro, na quarta-feira, jogamos a última possibilidade. Rumamos ao estádio para ver jogadores cujos nomes nem sabemos – do início do campeonato, restou o centroavante Dinei e pouco mais. Após as últimas dispensas e lesões, o Inter-SM não conta com atletas nem para preencher todo o banco de reservas. Mas algo poderia ocorrer, talvez uma mudança abrupta como a que vimos em 2007 – não que esperássemos por isso. Fomos ao estádio pela inércia, pela rotina de ver o coloradinho na Baixada nas mais diversas situações. E, surpresa nossa, vimos algo que há muito se encontrava escondido em um buraco qualquer daquela grama. Os atletas que sobraram, sabe-se lá como, achicaram um dos melhores times da competição. De emocionar. Já nos longos acréscimos de Márcio Chagas da Silva, os gandulas atiraram as bolas para a torcida prender. E não houve mais jogo.

Até então, o rebaixamento já surgia como algo concreto, e nem parecia tão trágico assim. Muito teria que mudar para que a graça do futebol do alvirrubro retornasse. Depois da última vitória, no entanto, fez-se um novo panorama. Agora, com um par de vitórias nos salvamos. A primeira precisa vir amanhã, contra o Pelotas, rival direto na briga pela salvação. Nada menos do que a reedição do clássico de 2007, entre duas equipes que foram irregulares demais nas suas passagens pela primeira divisão. Uma delas volta à Segundona ao fim do campeonato – a não ser que o São Luiz de Ijuí, que começa a tremer as pernas, não vença nenhum dos seus jogos e seja ultrapassado pelo áureo-cerúleo e pelo colorado. É difícil de explicar, mas penso que amanhã será dia para aprender algo novo sobre o Interzinho de sempre.

Saludos,
Iuri Müller

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Um fardo pesado, um ombro esfolado Mais por ser viejo

36 Comentários Add your own

  • 1. Milton Ribeiro  |  01/04/2011 às 17:09

    Muito bom.

  • 2. gabrieldivan  |  01/04/2011 às 17:13

    Cara,…

    MONUMENTAL isso.

  • 3. Maurício Brum  |  01/04/2011 às 17:17

    Iuri me convenceu a ir ver o jogo do Interzito contra o Cruzeiro, quarta, vestido com uma camisa do Coloradinho, que eu SIMPATIZO. Mas eu carregava da ponta do cabelo ao fundo dos calcanhares o TEMOR pelo ressurgimento do adversário do MEU São Luiz. E talvez nunca me perdoe se acabarmos caindo nós.

    O Inter-SM chegou a esta situação por uma incompetência absurda dos dirigentes, que arrastaram os mesmos erros pelas últimas temporadas, e por eles merecia cair. Mas depois daquele jogo de quarta, por Dios, tudo é possível.

    Foi sensacional a maneira como um time que mal fechava o banco de reservas por falta de ELENCO vencia o surpreendentemente-todo-poderoso Cruzeiro com um gol de pênalti aos 88 e abraçado pela torcida reanimada, que passara o campeonato DESNORTEADA e meio silenciosa.

    É o tipo de partida que recria o espírito de um plantel. Até torna plausível que um time que está com saldo de -24 gols e a 4 pontos dos dois concorrentes diretos (faltando duas rodadas) se salve. Que não seja às custas do São Luiz.

    … mas o Pelotas cair também seria um crime. Será que não acham uma irregularidade na DATA DE NASCIMENTO de algum jogador do Canoas pra rebaixar eles?

  • 4. Guto  |  01/04/2011 às 17:25

    São-Luiz COPERO NÃO CAIRÁ! O último clube do real interior na primeira divisão!

  • 5. Silvana  |  01/04/2011 às 18:09

    Bom teu texto, Iuri. Acompanhei a campanha do Inter-SM em 2008 e foi espetacular. Nos outros anos me desmotivei. E concordo com o Maurício. Tb credito a situação do time à incompetência dos dirigetnes. O jogo contra o Cruzeio foi surreal mesmo e me lembrou as emoções de 2008.

  • 6. Mano  |  01/04/2011 às 18:53

    Não consegui ler ainda, mas Drexler no título = superioridade total.

  • 7. Lucas Cavalheiro  |  01/04/2011 às 20:24

    Demais o texto. Sou um santamariense que nunca assisti jogos na baixada (apesar de ter jogado uma pá de vezes no campo pelos campeonatos de base de SM), mas gosto muito do Interzinho.

    Uma pena a situação. Mas há males que às vezes vem para o bem.

    uma curiosidade: o meu ortopedista foi (é ainda? não sei…) presidente do Interzinho, Dr. Rolim

    curiosidade[2]: http://www.intersm.com.br/elenco.htm dá 404/Not Found haha

  • 8. Eduardo  |  01/04/2011 às 20:43

    ” a janela do banheiro que fazia possível o feito de ver um gol enquanto se mija ”

    e ainda vem uns malas propor que se faça ARENA!!!!, decretando o fim do futebol.

  • 9. LAEFarinatti  |  02/04/2011 às 01:15

    Texto emocionante, com passagens antológicas, como a dos gandulas jogando a bola para a torcida prender.
    Eu lembro de muito antes. De, na década de 80, vir de Jaguari na cachorreira da belina do pai de um amigo ver o jogo do Inter de Porto Alegre contra o Inter-SM. Por óbvio, vínhamos ver o de Porto Alegre. Mas o Interzinho tinha grandes times: Donga, Valdo, Guinga, Francisco, Toninho, Moroni, Rogério. E, não raro, eu tinha que vê-lo vencendo com autoridade o Celeiro de Ases, empilhando mais uma tristeza dentre tantas que eu sofria com o futebol naqueles anos. Ser um menino colorado e torcedor verdadeiro da seleção brasileira nos anos 80 foi uma experiência tão dolorosa que é impossível de escrever sem me deprimir.
    Depois, com 13 anos, vim para Santa Maria e me tornei coloradinho da Baixada de todas as rodadas. Tenho histórias antológicas. De descensos e de acessos. De frustrações como essa. Teu texto me fez lembrar tudo isso. E pensar que talvez ainda haja esperança.

  • 10. LAEFarinatti  |  02/04/2011 às 01:16

    A propósito, eu já tinha desistido. Estava vivendo bem e sem dor. Agora eu tenho uma ponta de esperança. Irui, seu eu me frustrar de novo, A CULPA É TUA!

  • 11. gilson  |  02/04/2011 às 01:35

    Podeis cair pra segundona todos, culhões não lhe faltarão. O texto é definitivo.

  • 12. Camilo  |  02/04/2011 às 04:42

    Vainer! O tem time que ainda trás GILSON ou WILSON MATHIAS com um jogador desses aqui perto.

  • 13. Frederico Zimmermann  |  02/04/2011 às 09:10

    Realmente, hoje acontecerá um grande clássico do interior gaúcho, peleia boa de se ver… pena que algum clube de tradição cairá… mas nos tempos atuais é assim mesmo, sem dinheiro e competência pra lidar com ele, fica difícil manter-se na elite.

    Mas como falaram antes, pelo bem do futebol gaúcho, bem que podiam achar alguma irregularidade no Ulbra/Universidade/Canoas para perder alguns pontos e cair junto com o Porto A$$is Alegre.

    PS: Eu era um dos 4 torcedores visitantes presentes nesse jogo da 1ª foto do post, Santa Cruz 3 a 0 no coloradinho… hehehe…. baita campanha do Galo nessa Taça Farroupilha tchê!!!

  • 14. Mauricio Neves  |  02/04/2011 às 10:51

    Excelente texto, para me lembrar de não perder a esperança no meu Inter de Lages. Aliás, o Vainer jogou aqui no Leão da Serra. Goico também passou por Lages, mas não no Inter, jogou no rival Clube Atlético Lages.

  • 15. Rodrigo Bender  |  02/04/2011 às 11:23

    Engraçado, me lembro que em 2001 ou 2002 fomos decidir o acesso em casa contra o SÃO GABRIEL (copero, venceu o palmeiras numa copa do brasil, mas mesmo assim era o s~~ao gabriel) sáimos ganhando, seguramos no segundo tempo, mas la pelos 30′ da etapa final os caras emopataram, e eles tinham uns trezentos torcedores, varios velhos, mas eles tinham buzinas e cornetas e pratos, e literalmente calar a baixada, nunca para mim tao melancolica. Em 2007, contra o pelotas, fiquei doente e nao pude ver interzito no maior jogo desta decada… O que eu vi de sucessos foi apenas aquela temporada de 2008, em 2007 nao acrediatava no acesso, so a santamariense que me contava os jogos. E mesmo assim xingo e grito pelo colorado santamariense! Acho dificil nao cairmos, mas so por ver o futebol na baixada, sentir as nadegas doerem no cimento, a chateação da fumaça do fumante ao lado… isso ja vale o ingresso, e uma volta a segundona pode resgatar os bons habitos daqueles tempos… vendedores nao autorizados, lacraia, janjao, ingressos a preços baixos… talvez no fundo eu queira o descenço, so pelo saudosismo e pela nostalgia…

  • 16. Sancho  |  02/04/2011 às 11:35

    Eu quero um clube pequeno para torcer. Apequenar o Grêmio não vale, claro!

  • 17. Paul  |  02/04/2011 às 12:21

    Interzinho campeão de tudo: http://www.fgf.com.br/tela_noticia.php?name=841

  • 19. guto  |  02/04/2011 às 12:39

    me senti de novo em casa, lendo esse texto.

  • 20. Neco Müller  |  02/04/2011 às 16:04

    Calou profundo. Pois tive o privilégio de passar por tudo isto e mais um pouco, inclusive de vibrar com um gol mijando, tomar Kaiser Bock quente no veranico de junho, ver o Vascão ser massacrado aqui etc. Estes últimos anos de incompetências diretivas foram me afastando da baixada,mas lembranças como estas e entrevistas com jogadores do passado como Robson, Donga, Sadi entre outros que Rádio Universidade local, no ¨Programa Radar Esportivo está realizando, fizeram recuperar a vontade de voltar a baixada para quem sabe sobreviver mais um ano na A.

  • 21. col  |  02/04/2011 às 16:11

    POR QUE NO IPAD O IMPEDIMENTO EH DIFFERENTE? Bem mais fancy…tem inclusive uma capa…irado

  • 22. col  |  02/04/2011 às 16:51

    print screen do impedimento no ipad:

    http://www.4shared.com/photo/qcaLrxfS/Imped.html

  • 23. Frank  |  03/04/2011 às 04:37

    Muito bom o texto. Realmente o Iuri escreve de forma inigualável. Porém, acabou a fantástica série Los de Abajo? Ou esse texto de alguma forma faz parte? Não é só por estar na “elite” que o Interzinho se diferencia muito dos demais retratados na série…

  • 25. LF  |  03/04/2011 às 10:37

    olha, col, eu não faço ideia das razões. Eu tinha instalado uma versão mobile diferente para esse tema, mas apenas no celular. Devem ter atualizado ele e mudado o tema do iPad. A ver.

  • 26. Luís Felipe  |  03/04/2011 às 10:40

    é fato, o novo WP colocou um novo tema para o iPad.

  • 27. Roger  |  03/04/2011 às 18:22

    Victor ficou só com as penas na mão…

  • 28. Eduardo  |  03/04/2011 às 19:10

    Apple é phoda. E ja tem muito sw só para iPad. Verás o que terá com o iPad 2.
    Victor falha quando pode e o Grêmio perde quando pode.
    Coparemos. Gilson fará o goool salvador na final da Liber.

  • 29. Ze Carlos  |  03/04/2011 às 20:19

    #12 – Concordo, devem cair Ulbra e POA A$$iS, e todos aqueles times de empresários. Estou morando no interior de SP e pela Série A2 (A segundona daqui), um dos tradicionais times do interior começou bem a segunda fase, o XV de Piracicaba. Aqui torcerei por XV de Pira, Comercial de Rib Preto, Guarani Campinas e Grêmio Catanduvense. Nada de time de empresário….

  • 30. guto  |  03/04/2011 às 22:37

    continuou o interzinho de sempre.

  • 31. Gabriel R.  |  03/04/2011 às 23:24

    http://video.globo.com/Videos/Player/Esportes/0,,GIM1468612-7824-ACONTECEU+NO+ESTADUAL+EM+FLAMENGO+GOLEIA+O+MADUREIRA+E+PARTIDA+TERMINA+EM+CONFUSAO,00.html

    romario mito

  • 32. milton  |  04/04/2011 às 00:54

    Digamos que na ultima rodada da taca farroupilha todos os times empatem seus jogos. O primeiro colocado do grupo do inter (o proprio sci, com 11 pontos) jogaria contra o santa cruz (com 12). Neste caso, quem jogaria em casa o jogo das quartas de final?

  • 33. Lucas Cavalheiro  |  04/04/2011 às 12:06

    É… não adiantou.

    E muito bonito esse leiaute do Impedimento no iPad.

  • 34. Rafael Zart  |  04/04/2011 às 14:40

    Baita texto.

    Me reencontrei com a Baixada 8 anos depois. No sábado, dia do aniversário do sogro, titular da arquibancada detrás do gol, ele preferiu levar a todos lá. Sem churrasco, sem beberrajem, sem alimentar falsas esperanças, no dia do próprio aniversário, presenteou a todos com 5 ingressos. A primeira divisão fez bem ao Interzinho, pelo menos ao estádio. Um tapete verde, arquibancadas pintadas, holofotes reforçados. Mas a torcida… a torcida comparece, apóia, incentiva. Ao final se revolta, mas não sofre, não xinga. Reflito que onde não há paixão não há tapa. Todos ali tocam suas vidas. Todos ali ainda tem seus times na Libertadores. E o meu sogro? Merecia melhor sorte, pois ele é cativo da Baixada. Mas a baixada é melancólica. Como foi a noite de sábado. E o churrasco e a beberragem virão depois, em uma quartas-de-final da vida.

  • 35. Serramalte Extra  |  04/04/2011 às 17:47

    31, nas quartas os 1ºs e 2ºs jogam em casa, independente da pontuação. Nas semis e final, quem tiver mais pontos joga em casa.

  • 36. milton  |  05/04/2011 às 10:20

    Beleza, era isso que eu achava. Valeu pelo esclarecimento.

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