A euforia é azul. A dor, rubro-negra

O Grêmio venceu mais uma e tem tudo para passar o próximo período na confortável posição de líder do Campeonato Brasileiro. No duelo de azuis, é seguido de perto pelo Cruzeiro, que agravou a aflição rubro-negra ao bater o Flamengo no Maracanã. No baile do Vermelho e Preto, aliás, os leões de chácara estão tendo dificuldades para conter tanta crise: além da derrota do Vitória, que saiu do G4, o Atlético Paranaense foi massacrado em casa para o Botafogo – fazendo sua torcida pedir Geninho ao perceber que estava ingressando no vale dos desesperados.

Vagner Mancini tinha esperanças de poder mais uma vez tomar uma taça de chá no vestiário do Olímpico, agora na condição de visitante. E o Vitória tentou fazer por merecer o brinde: chegou diversas vezes com perigo ao gol do Grêmio, só parando nas mãos de – adivinhem! – Victor.

O Grêmio conseguiu marcar logo cedo, com William Magrão aos 17 minutos, e também teve muitas chances desperdiçadas. O segundo gol veio apenas no final do jogo, em jogada que contou a participação do estreante Souza, que entrou no lugar de Perea: o passe açucarado encontrou Reinaldo na cara do gol, que chutou para as redes sem chances para VIÁFARA.

Goleiro do Vitória não pôde impedir a derrota.

O Grêmio recebe o Ipatinga em casa na quarta-feira, depois viaja a Minas para enfrentar o Atlético, que na rodada venceu de virada o Sport, com as calças na mão.

A rodada do final de semana teve duas goleadas de 4 a 0. No sábado, o Goiás sapecou o bacalhau da Portuguesa e conseguiu subir cinco posições, estacionando na ante-sala da zona da Sul-Americana e deixando, por hora, o medo do rebaixamento. Na extremidade da tabela, o São Paulo fez quatro no Vasco da Gama, que começa a se aproximar do G4 inferior. Os comandados de Muricy Ramalho finalmente chegaram à quarta posição, mirando de perto o Palmeiras, que contou com dois gols de Valdívia para bater o poderoso Ipatinga.

Se alguém duvidava, o Flamengo comprovou que seu rumo é o desconhecido neste campeonato. Com a derrota para o Cruzeiro no Maracanã, de virada, já se completam seis rodadas sem vencer: quatro derrotas e dois minguados empates. Claro, houve pedreiras como Palmeiras, Vitória e o próprio Cruzeiro pelo caminho, mas nada justifica a crise. Ou melhor, algo justifica: um time desmontado, treinado por um técnico bom de entrevistas, não podia resultar diferente.

O outro rubro-negro em crise é o Furacão, que entrou na zona do rebaixamento após a goleada sofrida diante do Botafogo, em plena Arena da Baixada. Vergonha, vergonha, time sem vergonha, gritavam os torcedores durante a partida. A diretoria não quis falar sobre mudança no comando técnico, mas é possível que a semana comece com mais um treinador demitido: Roberto Fernandes deve sair e a torcida atleticana quer – eternamente – Geninho para o seu lugar.

O bom 9 à rede torna.

Pois vejam, senhores(as), algumas das equipes as quais o Internacional não venceu: Atlético-PR, Ipatinga, Santos, Náutico e Portuguesa, todas elas fortes candidatas ao rebaixamento. No sábado, pelo menos, venceu o Fluminense, apesar das tentativas em contrário de Tite.

O treinador colorado não repetiu apenas a ridícula camisa cor de vinho que vem usando nas últimas partidas. Recorreu mais uma vez ao esquema chama-derrota, ao recuar o Internacional para um 5-3-2 logo no início do segundo tempo, quando o time vencia o Fluminense por 2 a 0, quase comprometendo a primeira vitória colorada fora de casa no Brasileirão. Com dois tentos anotados, Nilmar chegou aos nove gols na competição, mas ainda há quem reclame das suas chances desperdiçadas.

O Inter segue mais tranqüilo para tentar fazer o crime no Mineirão, contra o Cruzeiro, ainda mais com a notícia de que Guiñazu deve permanecer no Beira-Rio. O problema, porém, reside justamente no numeroso elenco, de delegação olímpica: terá Tite condições de administrar o vestiário e escalar o melhor time? Confesso pensar que a resposta é não.

E pode-se dizer tudo de Renato Gaúcho, menos que ele não cumpre a palavra: a campanha do Fluminense é no Brasileirão é, de fato, uma brincadeira.

Por fim, só para registrar: o Náutico perdeu a quarta seguida desde a demissão de Leandro Machado. Com Pintado na casamata, o quadro é terrível: um empate, contra o bondoso Inter, e quatro derrotas.

Boa semana aos de bom coração.

Um abraço,
Daniel Cassol
Fotos: Agência Lance/Terra e site do Inter.