Posts filed under ‘Reportagens’
Darío, el rompe-gargantas
“Aquí, el hincha agita el pañuelo, traga saliva, glup, traga veneno, se come la gorra, susurra plegarias y maldiciones y de pronto se rompe la garganta en una ovación.” Eduardo Galeano, “El hincha”. (mais…)
Mareados pelo sacolejo do Prata
Foram mais de mil, os argentinos que investiram em lugares nos imponentes barcos da Buquebus para atravessar o Rio da Prata. Ainda houve os que se utilizaram da ponte aérea do sul e os que, por contar menos pesos nos bolsos, chegaram a Montevideo por terra. Mas o maior aglomerado dos fortineros veio pelo “Mar Dulce”, definição dada pelo navegador espanhol Juan Díaz de Solís, que passou por essas águas n’outras épocas. O perigo de conflitos com a polícia, contra certos aurinegros mais exaltados ou entre os próprios torcedores do Vélez foi dissipado na chegada: caminhavam devagar pela doca montevideana, como que enjoados pela travessia da fronteira natural entre porteños e orientales. (mais…)
Mas nós não somos cavalos
Na semana passada, talvez após uma noite mal dormida, Francisco Novelletto tomou uma decisão unilateral e resolveu provocar um licenciamento compulsório de oito equipes do Estado. Na edição 2011 da Copa Federação Gaúcha de Futebol, no segundo semestre, os rebaixados à Terceira Divisão não poderiam se inscrever. Aimoré de São Leopoldo, Atlético Carazinho, Bagé, Garibaldi, Gaúcho de Passo Fundo, Guarany de Bagé, Milan de Júlio de Castilhos e Três Passos perderam, num par de frases inesperadas, o direito de decidir seus destinos. Uma ordem vinda de cima para baixo, sem consulta aos clubes. Como numa ditadura alienante. (mais…)
Casa estranha, a duas mil léguas da minha (Parte II)
“J’aime la France parce que j’aime Brigitte Bardot”. Luciano pronuncia a frase com capricho. É o cantinho que lhe restou do francês estudado meio século atrás. Luciano amou a França porque amou Brigitte Bardot. Para entender a musa das salas de cinema do seu tempo, dedicou os quatro anos do Ginásio àquele idioma povoado de estreitezas diferentes dos outros ramos latinos. Deixou a escola em 1959, mas nunca teve chance de ir à Europa. Sem que percebesse, o esquecimento encheu de vazios o seu vocabulário. Aos sessenta e nove anos, aproveitou a viagem do time de sua cidade para disputar um Mundial Sub-15 e subiu no avião como integrante mais velho da delegação. Brinca com a utopia de jantar em Paris com sua Brigitte querida, mas, à noite, no isolamento do hotel suburbano em Nantes, contenta-se com biscoitos. E café, que pede em português alto, pausado e apoiado na mímica. “Co-po de ca-fé”. “CO-PO-DE-CA-FÉ”. (mais…)
Casa estranha, a duas mil léguas da minha (Parte I)
“Na noite de véspera de sua partida, ele ficou na cama e sentiu aquele estranho sentimento confuso que os rapazes têm quando estão prestes a partir de casa pela primeira vez, aquele medo sonolento de deixar a cama, o quarto, a casa que sempre foi a primeira base confortável da vida antes de qualquer outra coisa, a casa que é tão familiar e simples quanto um suéter velho, para a qual sempre se retorna depois de excitações e exaustões para dormir tranquilamente: e ao mesmo tempo ele sentia aquele ânimo estonteante para sair de casa – ir para estações de trem, balcões de cafeterias, cidades novas, fumaça e agitação e cheiros de vento novos e estranhos, para vistas inimagináveis repentinas de rio, estrada, ponte e horizonte, tudo sensacionalmente estranho sob céus desconhecidos”. (Jack Kerouac – Cidade pequena, cidade grande) (mais…)
Los de Abajo – G.A. Farroupilha
“Eu existo em Satolep
E nela serei pra sempre
O nome de cada pedra
E as luzes perdidas na neblina
Quem viver verá que estou ali”
Vitor Ramil (mais…)
Los de Abajo – S.C. Gaúcho
“Por que trouxe para a minha casa a sede do Gaúcho? Por que assumi a equipe na situação mais complicada da história? Por que abri mão da minha vida familiar, do sono e da tranquilidade? Tudo por causa daquele chute do Bebeto. O Wolmar Salton estava lotado, a partida era contra o Grêmio, que até ali ganhava. Até que o Serginho escapou pela direita e cruzou para a meia-lua, onde estava o Bebeto. Ele pegou de canhota e empatou o jogo. O estádio inteiro fez um instante de silêncio. Nunca vou esquecer do som da bola batendo na rede. É por essa lembrança que eu faço de tudo pelo Gaúcho.” (mais…)
Los de Abajo – G.E. Bagé

A Argentina vista do alambrado (Parte II)

Humberto Megget (mais…)
Notas do Ascenso (2)
Após resgatarmos os feitos do Ferro Carril Oeste, mais Ascenso por aqui. Agora é a vez do Chacarita Juniors, outro dos times ditos menores de Buenos Aires que já esteve, em algum momento da sua existência, no mais alto escalão futebolístico da Argentina. A pesquisa, que trata dos cinco clubes da Grande Buenos Aires na Nacional B, teve grande colaboração de Pablo Picotto, redator do flamante blog portenho La Redó. (mais…)
Notas do Ascenso

“Infierno por infierno / prefiero el de la frontera”
Não vi o Uruguai campeão do mundo, nem o de 30 e nem o de 50. Da Copa América de 1995, o último grito, não me sobra nenhum registro. O Uruguai que vi em campo sempre foi o mesmo – o que faz o torcedor roer a unha quando o adversário ultrapassa a linha do meio-campo. Mas há uma aflição toda particular. Rivera, enquanto Uruguai e França duelavam, teve suas portas quase todas cerradas. Apenas os maiores free-shops, imponentes com os seus importados, mantiveram-se abertos. O norte oriental se fez celeste, assim como o diário El País tingiu toda a sua capa de azul – depois de oito anos, voltavam os charrúas a um Mundial. (mais…)
Paulinho renova esperanças coloradas
Era um dia qualquer e chuvoso. Não havia jogo, não havia sequer treinamento. Mas Paulinho estava ali encostado no alambrado do campo suplementar do Beira-Rio, louco para conversar sobre futebol por horas a fio. (mais…)