Posts filed under ‘Contribuições’
Ca-Ju é Ca-Ju. E vice-versa
Por incrível que pareça, houve um tempo em que o Corcel era um baita carro e o clássico CA-JU transcendia as fronteiras RURALÍSTICAS (rural + realísticas), figurando orgulhoso na elite do futebol nacional. Entre bigodões setentistas, calças boca de sino e baurus do Nivaldo nós, os GRINGOS, presenciávamos no Jaconi e no Centenário saudosas peleias. O Felipão ainda era LUIZ FELIPE (mas o bigode era o mesmo), Valmir LOURUZ jogava no clube que, anos mais tarde, conduziria ao histórico título. (mais…)
O ocaso de um perdedor
Ser um perdedor não é fácil. Aliás, ser um perdedor é muito mais difícil do que ser um vencedor. Não por acaso, as pessoas buscam tanto o sucesso. E é por isso que jamais esquecerei o ano em que cursei a 8ª série. Vejam bem que aos 14 ou 15 anos o desejo de aceitação no meio em que se vive é enorme. Especialmente a aceitação do sexo oposto, já que essa é uma época digamos… de ebulição dos instintos mais primitivos (JEFFERSON, Bob. 2005) (mais…)
Ainda assim, havia um Ba-Vi
Ainda que eu falasse a língua dos anjos e/ou tivesse o direito de recorrer a falácias e sofismas, ainda assim, não conseguiria negar a inapelável verdade: A gloriosa Copa do Nordeste, que neste 2010 recebeu a alcunha de campeonato, foi concebida este ano de forma intrafemural, isto é, feita nas coxas. (mais…)
A triunfal volta da Copa (finalmente, o futebol retorna às origens)
Não vou mentir pra vocês. A verdade que salva e liberta é uma só: Nos últimos dias, por mais que eu me esforce, não consigo tirar a disgramada da copa de minha cabeça. Tento até me concentrar em coisas mais amenas, tipo os problemas sócio-econômico-políticos e culturais de Pindorama, porém meu obsessivo, obtuso, obscuro e aliterado objeto de desejo continua a martelar meus pensamentos imperfeitos. “Pode vibrar, torcida brasileira, vai começar a copa”. (mais…)
Até o dia em que se cansaram
Há nada além de Grêmio e Internacional sob os luzeiros do futebol da capital gaúcha. O fato de serem os outros capitalinos da elite rende pouco mais que uns caracteres extras nos pedaços mais desprezados dos jornais ao São José e aos Hijitos de Assis. Mesmo o mais tradicional Zequinha, porém, tem uma carência histórica de vitórias que impediu a formação de torcedores verdadeiramente fiéis. O maior dos cuadros chicos de Porto Alegre está na Segundona. Mas essa frase pode mudar radicalmente em pouco tempo. (mais…)
Nós somos o povo
Nos últimos tempos, a cada derrota ou partida mal jogada pela equipe colorada a direção, na maioria das vezes representada pela figura de Fernando Carvalho, líder das conquistas de 2006, pondera sobre o comportamento da torcida nas arquibancadas. Segundo estas ponderações a torcida se divide entre uma maioria de bons torcedores, dos que vão ao estádio, e maus torcedores, aqueles que vaiam o time, mesmo que ele não esteja apresentando um bom futebol. (mais…)
Manga está de volta
Eu sei, são coisas de um louco por futebol: foi sincera minha alegria ao saber que o Inter contratou Manga como relações públicas, com a finalidade de buscar novos sócios. Talvez não tenha havido um ícone colorado que tenha criado uma aura de invencibilidade como Manga. Na década de 70, ele foi o mais perfeito, falho, fantástico e problemático dos homens, ganhava tudo o que podia em campo, depois perdia todo o seu salário em torno de uma mesa de jogo. E gostava de uma cerveja como poucos, apesar da forma atlética de guri, mesmo aos 40 anos. A diretoria reclamava dos cobradores. Sei que havia dívidas de jogo que eram pagas pelo presidente Eraldo Hermann em sua loja Hermann — Materiais de Construção, espécie de Tumelero da época. O que fazer? Pagar, ué. (mais…)
A suspeita lesão de Maylson
Desde o começo do trabalho do Silas no Grêmio eu sentia um esforço desproporcional em promover e escalar os jogadores recém-contratados pelo Grêmio e de altos salários – casos de Rockembach (que vem do ano passado), Leandro, Hugo, Ferdinando e Edilson – em detrimento aos originários da base, mesmo talentosos, como Adilson, Willian Magrão, Maylson, Mityuê, Bergson e até mesmo Mário Fernandes. Jogadores receberam oportunidades apenas à medida em que os “experientes” se machucaram ou simplesmente não havia outra opção no elenco, e acabaram por melhorar o time consideravelmente. (mais…)
Você tem fome de quê?
Nascer pobre não é fácil. Nascer pobre, com um sobrenome cheio de vogais em uma cidade onde o número de consoantes do nome define seu caráter, e morar no bairro mais pobre e violento da cidade é mais complicado ainda. A questão é que nessa realidade as coisas tomam uma dimensão diferente. Os prazeres são mais simples, as frescuras são diminuídas e se aprende a viver feliz. (mais…)
Os dentes de Fernanda
Perdemos de novo. Eu fui o goleiro. Não jogo nessa posição, mas o titular não veio e ninguém do time gosta de jogar no lugar dele. Então encarei o desafio, disse que eu era o único macho ali pra substitui-lo. Meu time todo achou graça e eu acabei fazendo um papel lamentável. Ainda tive que aguentar o goleiro adversário imitando com deboche meus frangos do outro lado do campo. Fiquei quieto, eu já estava bastante irritado com o jogo perdido. (mais…)
A Jóbson o que é de Jóbson
O galático do Real Madrid e craque da Seleção Ricardo Izecson, o Kaká, foi flagrado em exame anti-doping após partida válida pelo campeonato espanhol. A urina do jogador apresentou resíduos de cocaína. Há suspeitas de que outra amostra coletada um mês depois também teria apresentado resultado positivo para a mesma substância. O Real Madrid não se pronunciou oficialmente e a CBF irá aguardar um comunicado oficial da Fifa, mas Kaká já não deverá estar em campo na próxima rodada da liga espanhola. (mais…)
Para tudo se acabar na quarta-feira?
A parceria que foi assinada entre o grupo MSI (Media Sports Investments) e o Sport Club Corinthians Paulista resultou em mais de 30 milhões de dólares investidos no Parque São Jorge entre 2004 e 2007, um título nacional (polêmico) para o Timão em 2005 e a posterior desgraça do rebaixamento, em 2007, quando a parceria se desfez, a dinheirama sumiu e o clube se viu de calças na mão – sob intensa crise administrativa. (mais…)
Uma taça qualquer é melhor do que nenhuma taça
Os gremistas mais novos (não sou tão velho, mas não fui carregado pela empolgação dos anos 90) parecem não ter entendido as entrelinhas do “desdém” ao Gauchão de 1995. O problema é que o Internacional era “requetefavoritaço” para levar o caneco, porque o Grêmio disputava concomitantemente a Copa do Brasil e a Libertadores. Desdenhou-se porque íamos PERDER. (mais…)
Desconstruindo os pontos corridos
O que vimos neste ano de 2009 foi o maior ato de mascarar a realidade. Sim, amigos, um campeonato com um regulamento falido, fadado ao insucesso, e SIM, à injustiça. Falo isto não por ser colorado, e por ter visto meu time ficar chupando o dedo mais uma vez – diga-se de passagem, por seus próprios deméritos. (mais…)
A jogada fatal
Caso ocorrido nos primórdios do futebol inspirou escritores como Horacio Quiroga e Eduardo Galeano
Na década de 1990, entabulei uma certa amizade com jogadores de futebol que liam. Com Pardeza e Pep Guardiola [ambos foram jogadores da seleção espanhola], muito especialmente.
Eles queriam que eu lhes falasse de literatura, e eu, em troca, queria que me contassem segredos do futebol. Martirizei os dois em diferentes noites, perguntando se existiam jogadores de sucesso que, no próprio terreno do jogo, tivessem algum dia tido a consciência de que acabavam de fazer a melhor e última grande jogada de suas vidas. Evidentemente, era uma pergunta que, feita em termos literários, poucos escritores aceitariam responder. (mais…)