A prancheta não é suficiente
24/05/2011 at 14:05 douglasceconello 42 comentários
Eu nunca, nunca vou entender a posição intelectual de que é impossível aplicar a Estatística ao futebol. Eu consigo entender outros argumentos:
* O debate não me interessa, pois gosto de futebol por motivos emocionais, irracionais ou subjetivos: paixão, torcida, tribalismo, arte, cultura, antropologia. Ótimo. É um aspecto inegável do esporte. Mas também é um aspecto inegável do beisebol. Não impede a existência de um homem como Bill James. Uma coisa não exclui a outra.
* Não temos um banco de dados público de alta qualidade. A imprensa não publica boxscores com estatísticas individuais, então seria difícil emular o trabalho de um cara como John Hollinger e desenvolver uma fórmula simples a partir de eventos tradicionais como faltas, impedimentos, escanteios, etc. A barreira à entrada é tão grande que os amadores não conseguem obter dados elementares para análise.
Mas os argumentos que mais encontro são pura preguiça intelectual.
* Não preciso de números, eu assisto os jogos e isso basta. Não, o olhômetro não é o suficiente. Imagine dois jogadores que em oito partidas cometem o seguinte número de faltas: 7 e 5, 3 e 7, 6 e 5, 5 e 6, 4 e 4, 6 e 8, 5 e 5, 4 e 8. A olho nu parece que ambos cometem mais ou menos 2-3 faltas por tempo, mas um deles é 20% mais violento do que o outro. Ou para ficarmos com um exemplo mais simples: um goleiro que defende 30% dos pênaltis e outro que defende 40% parecem, para um observador casual, pegar um em cada três. E esse é o tipo de diferença que fica clara quando agregamos 80 jogos, não 8, e com muito cuidado. Domingo de tarde, com uma ceva na direito e o saco na esquerda, ninguém faz essa matemática.
* A população de eventos é muito baixa. Sim, é verdade, futebol é um jogo com placares baixíssimos. Em comparação com outros grandes esportes (beisebol, basquete, futebol americano, tênis, vôlei), o gol é um evento raro. Mas essa é uma visão extremamente limitada do que é um jogo de futebol. Várias coisas acontecem em campo — passes, roubos de bola, faltas, laterais — e alguns desses eventos devem ter alguma relação com a quantidade e as características dos gols. Afirmar o contrário seria o mesmo que dizer “os gols são eventos aleatórios” e, logo, que o futebol é uma variedade aeróbica de Cara ou Caroa. Talvez as variáveis relevantes sejam óbvias demais (“só chutes a gol importam”) ou particularmente esotéricas (“mês de aniversário dos jogadores“), mas por ora ninguém consegue provar ou desprovar a hipótese.
* Futebol não tem muitas variáveis independentes. Não raro 11 atletas jogam todos os 90 minutos da partida, então é difícil isolar cada evento como sendo de responsabilidade desse ou daquele jogador. Se os camisas 9 e 10 estão sempre em campo juntos, como calcular qual tem mais ou menos responsabilidade pelos resultados? Seria preciso isolar jogadas e determinar quem estava ou não envolvido, quem fez o quê quando e onde. Com o tempo, o banco de dados cresceria o suficiente para testarmos hipóteses sobre jogadores, times, treinadores, estratégias, etc. É algo que precisaria ser digerido e interpretado para e tornar minimamente acessível mesmo para os autores do Impedimento, quanto mais para os leitores da Placar. O problema exige estatísticos criativos, mas não é insolúvel.
* Futebol tem variáveis independentes demais. Os jogadores passam a bola o tempo todo. A bola troca de jogador centenas de vezes por jogo. O resultado de cada jogada é influenciado pelo posicionamento e movimentação de cada indivíduo em campo. É tanta coisa para contar, tantos fatores, tantos eventos, que ninguém teria tempo, dinheiro ou capacidade computacional para documentar uma amostra grande o suficiente em um nível de detalhamente razoável. Mas ninguém conte isso para a Synergy Sports, que presta um serviço bastante parecido para times de basquete.
Um argumento menos preguiçoso é que o caso mais famoso de uso de estatística em esportes, o time de beisebol Oakland Athletics descrito por Michael Lewis em Moneyball, não ganhou nenhum campeonato. A questão aqui é um conflito entre eficiência e eficácia. Billy Beane, o gerente do time, usava estatísticas avançadas para garantir que o time ganharia o máximo de jogos possível com o orçamento mínimo à sua disposição. A ideia era maximizar a relação custo-benefício na temporada regular. Na margem, o sistema ajuda o time a ter mais sucesso no longo prazo. Mas amostras pequenas — um ou dois na final da Copa do Brasil, uma melhor de sete da American League — estão muito mais sujeitas à aleatoriedade. Ou, nas palavras de Beane: my shit doesn’t work in the playoffs (“meu sistema não funciona nos playoffs”).
O equivalente futebolístico seria um clube como a Portuguesa gastar uma migalha, nunca ganhar o Campeonato Brasileiro e sempre disputar a Libertadores. Consigo imaginar destinos piores para um time de futebol.
* * *
Parágrafos-bônus ou “desaprendi como enfiar tudo que quero dizer em um texto coerente com começo, meio e fim”:
* Nenhum dos argumentos acima ignora as limitações das análises estatísticas. Elas existem e não são poucas, mas até onde sei o mundo do futebol não sofre de excesso de confiança nessas ferramentas. Ninguém acredita que o Corinthians não contratou Fulano por recomendação de um estatístico ou que o técnico de goleiros do Once Caldas passa mais tempo com o Excel do que com o Henao. Quando os times de futebol estiverem confiando demais em estatísticas avançadas, me chamem que escrevo um manifesto em prol do instinto, da sabedoria, da malícia dos olheiros. E digito tudo com o nariz. Plantando bananeira.
* O beisebol americano é um bom modelo para o futebol brasileiro por causa do farm system, uma mistura de juniores com segunda divisão no qual os grandes clubes administram ou formam parcerias com times secundários. O grande desafio é avaliar jogadores de 18 anos e descobrir quais serão bons aos 25. É um problema parecido com avaliar barris de suco de uva hoje e descobrir quais serão bons vinhos em 2018. Não por coincidência, a enologia é uma das áreas que foi mais revolucionadas pela aplicação de estatísticas avançadas, como conta o primeiro capítulo de Super Crunchers, de Ian Ayres. Era outra área cheia de olheiros, sabedoria tradicional, subjetividade e desprezo pela matemática.
* Uma pergunta para o qual não tenho resposta é: Se análise estatística é tão importante, por que ninguém está usando? Minhas hipóteses incluem incompetência dos dirigentes, baixo nível educacional dos técnicos, conservadorismo generalizado e a relativa ausência de donos. O meu economista interior quer falar de provisão privada de bens públicos, racionalidade limitada e captura de externalidades. Mas não hoje.
* Talvez eu esteja sendo injusto e os times brasileiros e sul-americanos já estejam aplicando essas ferramentas de maneira sistemática, mas em segredo para preservar a vantagem competitiva. Eu sei que alguns clubes europeus, como o Liverpool, estão adotando a estratégia e que em 2011 a Sloan Sports Analytics Conference incluiu um painel sobre futebol. Diga-se de passagem que os leitores do Impedimento deveriam ter um interesse todo especial por um dos trabalhos apresentados na conferência, The Effects of Altitude on Soccer Match Outcomes. O resumo do trabalho:
Abstract: Soccer teams regularly compete at altitudes above 2,000 meters (6,562 feet) with World Cup qualification or other honors on the line. Media, fans, and players often question the fairness of playing at high altitudes, and FIFA temporarily banned international matches above 2,500 meters (8,200 feet) in 2007. Researchers agree that traveling to higher or lower altitude can harm athletic performance, but the effects on professional athletes may be too small to influence match outcomes. Additionally, many teams try to limit altitude effects by allowing players extra time to acclimatize before a match. To identify the causal impact of altitude change, I compare South American international match outcomes between the same teams but played at different altitudes within the same country. This approach controls for influences such as differences in travel distance for high and low altitude countries. I find that traveling to lower altitude does not affect performance but traveling to higher altitude has negative effects. In particular, away teams perform poorly in Quito, Ecuador (2,800 meters), and La Paz, Bolivia (3,600 meters). However, away teams do relatively well in Bogotá, Colombia (2,550 meters). I conclude that stadium altitudes should not be restricted under 3,000 meters without further justification.
Texto enviado por Francisco Araujo da Costa.
Entry filed under: Colunas.
1. rodrigo | 24/05/2011 às 14:36
me sinto na obrigação de comentar, sou possivelmente um dos poucos leitores do impedimento com alguma formação e interesse em estatística. 🙂
tem um espaço enorme a ser preenchido pela estatística no futebol, realmente. eu brinco com algumas coisinhas aqui quando tenho tempo, na área da inferência. aliás, não só com estatística mas com outras ferramentas, como cadeias de markov por exemplo.
em geral, há desinteresse pq há ignorância. não raro alguém brinca que estatística não serve pra nada pq “um cara come 6 pães, outro não come nenhum, e na média os dois estão bem alimentados”, motivado pelo simples desconhecimento do significado da análise assintótica.
outra coisa é que em geral os modelos de inferência são muito custosos e no final das contas permitem dizer muito pouco. seria possível montar um modelo pra dizer que no 4-4-2 o time erra 0.4 passe a menos por jogo, em relação ao mesmo time nos demais esquemas. quem se interessa por isso? o analista quer dizer o que ele acha e ponto final, ele sempre tem a verdade absoluta e infalível sobre os jogos, porque sim. dane-se a realidade e suas revoluções marginais.
ano passado o zini (clicesportes) analisou um impedimento no seu blog, postando uma foto do lance, congelada no momento errado (bem depois do passe), e com as linhas de impedimento desenhadas no lugar errado. eu questionei aquela bizarrice, ele disse “a discussão é minha e eu faço do jeito que eu quiser”.
estamos longe, ok?
abraço
2. J Petry | 24/05/2011 às 14:40
Ótimo! Vamos valorizar um pouco os números, porque às vezes se ganha no detalhe, e o detalhe pode estar aí.
3. rodrigo | 24/05/2011 às 14:55
obs 1. eu foquei a argumentação em relação a analistas, e citei o exemplo de um jornalista, mas não estou falando só destes. falo em geral, dirigentes, treinadores e torcedores.
obs 2. alguns times utilizam sim estatística. o barça tinha dúvidas quanto ao deco e só o contratou após verificar seus índices de roubadas de bola, algo que “não era perceptível a olho nu” segundo o vice presidente econômico do barcelona, no seu livro “a bola não entra por acaso”.
obs 3. quem joga o cartolafc e acompanha os scouts, acaba descobrindo alguns jogadores, antes deles estourarem na mídia, pela simples análise dos seus dados. exemplos: dedé e lucas (ano passado), ganso e wilians (ano retrasado)
4. Roger | 24/05/2011 às 15:24
BRILHANTE!
Tchê, sou leigo no assunto, mas sempre me fiz essa pergunta:
” Se análise estatística é tão importante, por que ninguém está usando?”
Não tenho dúvidas dessa importancia, e acho que os pioneiros nessa utilização vão se se dar muito bem. O Problema, acho, são a grande quantidade de variáveis independentes como falaste no texto.
5. douglasceconello | 24/05/2011 às 15:43
Muito bom, Francisco. Também acho uma reivindicação muito justa.
Única estatística que sei de cor no futebol é a quantidade de cerveja que eu tomo nos jogos. E isso só até os 20 minutos do primeiro tempo. hasuhdas
6. Roger | 24/05/2011 às 15:44
#1
hahaha
Muito boa essa do Zini. De onde menos se espera…de lá é que não vem nada mesmo..
7. Henrique [GFBPA] | 24/05/2011 às 15:51
Não compreendi 100% do que o texto quis passar… Mas nem se preocupem, sou meio ignorante, e leio o impedimento faz pouco tempo, acho que demora um pouco a transição midia normal – impedimento…
Acho que as estatísticas podem ajudar bastante no futebol, desde que não se use de forma isolada… dando um pequeno exemplo, possivelmente nas estatisticas, Douglas e Adilson erram o mesmo número de passes, com a pequena diferença que o passe do Douglas é o “passe final”, mais difícil de ser executado, agora o passe do Adilson é um “passe fácil” e quando ele erra arma um baita contra-ataque, diferente dos passes errados do Douglas que geralmente são feitos no campo de ataque… Não sei se consegui me fazer entender…
8. Prestes | 24/05/2011 às 16:00
Faltou aquele: Estatística é coisa de estadunidense
Melhor argumento!
9. FC | 24/05/2011 às 16:01
Será que o PVC virá aqui comentar?
Impresão pessoal de quem trabalha também baseado em estatísticas (recebendo os números, não calculando): qdo falamos de toda esta informação para futebol, parece que todo o esforço não se justifica e traz pouquíssimos resultados práticos.
Tipo comentáiros PVC, fala-fala-fala e pouco diz.
Abrax,
FC
10. Walter Souza | 24/05/2011 às 16:05
Mourinho seria Mourinho se não houvesse estatísticas e softwares?
11. Lopo | 24/05/2011 às 16:08
Porra, ta mais que na hora de pensar melhor nos números dentro do futebol. Aliás, a New England Sports Ventures, que comprou o Liverpool, levou o Boston Red Sox a um título de campeonato depois de, pasmem, 86 anos.
É claro que a matemática não pode interferir em todos resultados, há algo que realmente é muito mais invariante e que há em todos os esportes, que é o lado mais subjetivo e emocional dos próprios jogadores e dirigentes.Qualquer tipo de relação humana não pode ser mensurada ou calculada matematicamente, e nem sequer calcular probabilidades. É impossível dizer como um time deve se comportar no vestiário, a que altura o técnico deve gritar com um jogador que errou um lance, ou quantas mulheres (ou homens, ou as duas coisas no mesmo sujeito), um jogador pode comer na mesma noite.
O fato é que precisamos dar mais atenção aos números e achar que tudo no futebol é emoção, superficial e talento.
Para quem quiser ler mais sobre o assunto, recomendo a tese de Arlei Damo, professor da Antropologia da UFRGS :Do dom à profissão: a formação de futebolistas no Brasil e
na França (tem na biblioteca online). E um texto de um excelente historiador, Marshal Sahlins, falando sobre estrutura, evento e história para explicar o sucesso dos Giants em 1951. Está no livro História e Cultura: Apologia a Tucídides.
Abraços, e parabéns pelo texto!
12. Eduardo | 24/05/2011 às 16:10
tb não entendo nada de estatística, mas me o problema é que no meio de políticos, boleiros e outros seres com vontade de aparecer, estatística vira marketing, onde somente números positivos são apresentados. o próprio exemplo do #7 mostra bem essa dificuldade. embora me pareça que não se analisa assim, friamente pelos números. pelo menos não as estatísticas SÉRIAS…. com a palavra, o autor…
aliás, da série, das coisas que só acontecem com o Botafogo… não teve por muito tempo um presidente que era um manda chuva no IBOPE? de números ele deve entender… parece que só não aplicou na pobre estrela solitária…
13. izabel. | 24/05/2011 às 16:12
daí vem estatísticas como:
“menor número de passes errados” e o campeão é um 1° ou 2° volante, que em geral só dá toquinho pro lado. (nem tou falando do cara que tem medo de arriscar, mas o volante tá sempre rodeado de jogadores (zaga atrás, laterais nos lados, meia na frente).
“maior número de desarmes”
ou “o time tal errou menos passe”: claro, posse de bola infinitamente menor que a do adversário. e nem precisa ser um time ruim, é a característica de jogo. tática.
“quantidade de drible”. o que isso significa? vamos comparar dentinho com, sei lá, nilmar? dois atacantes completamente diferentes.
==============
eu trabalho com estatística, mas no futebol, ou pelo menos tudo que eu já vi até hoje, acho mal trabalhado, um saco de se ler e de pouca utilidade.
14. Lopo | 24/05/2011 às 16:16
Falando em estatística, quando é que sai finalmente as esquadras e a tabela da Impedicopa IV?
15. Rudi | 24/05/2011 às 16:17
Eu ACHO (achismo puro) que uma aplicação interessante da estatística é pra minimizar esforço, ajustar posicionamentos que façam o time correr menos pra chegar ao ataque, jogar de forma mais objetiva, direcionando os passes, enfim… pra poder imprimir um ritmo maior durante os 90 minutos, tendo uma vantagem física
Fora isso, toda estatística tem que ser relativizada com a situação DAQUELE jogo…
16. Tiago Marcon | 24/05/2011 às 16:48
muito massa!
estou lendo o livro “O andar do Bêbado”, de um físico americano, e fala bem sobre isso, de como ignoramos o uso das probaabilidades e da estatística no mundo cotidiano,
Impedimento phodão , como sempre
17. izabel. | 24/05/2011 às 17:15
essa história é pra dar orgulho pra qualquer torcedor: http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2011/05/mao-de-dinamite-e-dos-herois-de-1923-sao-estampadas-em-sao-januario.html
18. arbo | 24/05/2011 às 17:15
responde o email da impedcopa lá, MARCON!
19. Eduardo | 24/05/2011 às 17:42
#16 “o andar do Bêbado” … nunca pensaria que esse título seria de um livro de um FÍSICO e muito menos que falaria de probabilidades e estatísticas do cotidiano… no maximo um Bukowski ou alguma novela de fim de vida do GGMarquez. parece interessante. tens o nome original para ver se encontro por aqui?
20. Eduardo | 24/05/2011 às 17:49
janela de transferências deve ser antecipada para 15 de JUNHO.. mas não era 1 de agosto???
falando sério, quando teremos alguma regra respeitada???
por essas e outras, fica difícil levar o futebol a sério mesmo… não há estatística que salve!!! é muita politicagem!!!
21. rafael botafoguense | 24/05/2011 às 17:50
cai nessa não, izabel. o botafogo, o bangu, o américa e até o fluminense já haviam tido jogadores negros e mulatos antes do vasco.
eles foram excluídos da liga em 23 pq, em tempos de amadorismo, onde era obrigado ter um trabalho, eles pagavam pra homens treinarem e se dedicarem ao futebol (mas os registravam em suas padarias, só pra enganar). por isso, foram os pioneiros no amadorismo marrom (o famoso bicho), que meio que ferrou com o futebol na época. isso se arrastou até os anos 30 quando efetivaram o profissionalismo. e o vasco, coitadinho de 23, se uniu ao fluminense na hora pra realizar isso.
vasqueroso, tua história é uma mentira!
22. Gabriel R. | 24/05/2011 às 18:09
#21
Botafoguense amargo!!!!
Acho que a parte da estatística já é usada na parte física do futebol, na tática acho muito impossivel, nao precisa fazer estatistica pra saber que nos proximos 5 jogos do inter o nei vai deixar uma avenida na direita em ao menos tres jogos, e que nos cinco jogos toda vez que ele estiver no ataque e driblar o zagueiro pra dentro vai chutar em gol e errar ao inves de cruzar.
Acho o jogador um ser muito singular pra poder entrar em algum grupo especifico, a isabel citou bem ali, nilmar e dentinho, por mais que sejam da mesma posicao jogam de forma extremamente diferente.
E sobre o cartola, na boa ele é ridiculo, teve um ano em que o JONAS chutou uma bola duas vezes na trave no mesmo lance antes de fazer o gol e foi o maior pontuador da rodada.
23. Felipe (o catarina) | 24/05/2011 às 18:17
#10
quem é Mourinho?
24. Serramalte Extra | 24/05/2011 às 18:43
22, mas tu poderia usar a estatística para CONVENCER o jogador (que acha que é o Pelé) a fazer certas coisas. Exemplo: mostra pro Nei que de 10 cruzamentos ele acerta 0. Depois mostra pra ele que a cada 10 cruzamentos errados ele toma 6 bolas nas costas. Então chega pra ele e diz “dá a porra da bola pra quem sabe e volta em vez de armar contra-ataque, seu podre”.
25. rafael botafoguense | 24/05/2011 às 19:38
amargo nada. só a real. fico puto vendo nego deturpando fatos históricos e criando mística em cima disso. se foder, vasco!
26. FERN | 24/05/2011 às 19:39
beisibol+volei=LIXO
o football e legal exatamente por isso, tudo que agora foi extremamente importante, ali não será e adiante será denovo…
sempre imponderável sua analise só possivel post morten!!!
27. El Cañestro | 24/05/2011 às 20:00
Malditos!
Quieren acabar con la poessia?
Con la expontaneidá?
Com el encantamiento del fúbol?
Estatística! Rrrrrooooiiiituffffffff” (Escarro nel pisso)
E que viene despês? Trenamiento de penales? Afericiones electrônicas de lances polêmicos? Dirirrentes profissionales? Banhos límpios nel estádio?
La insanidá no tiene mismo limites.
28. rodrigo | 24/05/2011 às 20:06
#22
não acho o cartola ridículo, mas não interessa.
citei o cartola como referência em relação aos SCOUTS apenas, o quanto se considera de pontuação para cada evento que ocorre na partida é irrelevante pro que se está discutindo.
com ou sem cartola, a globo tem os scouts da partida, com os seguintes dados individualizados:
passe errado
roubada de bola
finalização pra fora
finalização defendida
gol
assistência
impedimentos
faltas cometidas
faltas recebidas
entre outras coisas.
ou seja, dá pra acompanhar ao longo dos campeonatos brasileiros as características dos jogadores, individualmente. a partir daí, dá pra utilizar sim a estatística pra melhorar desempenho individual.
repito, o barcelona queria um terceiro homem de meio campo, que ajudasse na marcação e armasse o jogo, estava desistindo do deco pq ele era quarto homem no porto, e só o contratou pq observou nos scouts que seu índice de roubadas de bola era compatível com um terceiro homem de meio campo. é um exemplo do que se está discutindo, o uso de estatísticas (nesse caso dados primários) para o melhor desempenho de uma equipe.
por exemplo, a relação roubadas de bola/faltas cometidas de um volante é algo de grande valia pra mensurar sua contribuição ao time.
um volante que faz 8 faltas por jogo e 2 desarmes, te serve?
29. El Torero | 24/05/2011 às 20:13
O Idelber Avelar, do finado blog O Biscoito Fino e a Massa, tem uma crônica chamada ‘Porque os gringos não gostam de futebol’. Nela ele defende a tese de ser por conta de que esportes como basquete, beisebol ou futebol americano serem jogos gerenciais, radiografáveis na frieza do quadro estatístico.
Vale dizer que ele não leva para o lado da melhoria de um time, ou de uma possível correção de erros renitentes de um jogador…
Aí vai o link: http://www.idelberavelar.com/archives/2005/05/por_que_os_grin.php
30. Branco | 24/05/2011 às 21:37
Eu sou defensor da idéia de usar estatísticas no futebol. Claro que há limitações, como a dos passes que o Henrique descreveu, mas há outras que poderiam ser bastante úteis e seriam fáceis de fazer, como essa por exmeplo/;
Ver se vale a pena recuar para segurar o resultado. Basta pegar tosos otimes que saem ganhando, e separá-los em 2 grupos. Os que recuam e os que seguem jogando da mesma forma. Depois é só calcular a porcentagem dos times em cada grupo que conseguiram manter o resultado favorável.
#16
Esse físico não teria sido citado por Levitt e Dubner em ” Superfreakonomics”? no livro ele cita alguns estudos e conclui que caminhar bêbado é mais perigoso que dirigir bêbado.
31. fabio | 24/05/2011 às 23:01
# 24 . O comment do Serramalte é o maior ABSTRACT de texto da história do impedimento
32. Serramalte Extra | 24/05/2011 às 23:10
mas estatística funciona sim.
em 2009 rolou um grupo do impedimento no “bolão da ESPN”. após 5 ou 6 rodadas capengueando com chutes furados, peguei a tabela do ano anterior vi, sem porra de ciência nenhuma, que a média de gols do time da casa era perto de 2 e a média de gols do time visitante era perto de 1. Botei 2×1 pro time da casa como resultado padrão e cheguei entre os 40 primeiros (da classificação GERAL). Se tivesse feito desde o início ficaria entre os 20.
Por sinal, não recebi o prêmio até hoje….
33. Serramalte Extra | 24/05/2011 às 23:14
(estatística funciona para APOSTAS, aliás é o que REGE elas… já dentro do campo sei lá, o exemplo do lateral ruim é melhor)
34. col | 25/05/2011 às 00:34
Tah, e essa masturbacao com termos estisticos banais? Quero saber da relacao de futebol com Brownian Motion, Ergodic Theory e o escambau.
35. Cisco | 25/05/2011 às 00:44
#30
“O Andar do Bêbado” é um conceito matemático. É uma espécie de random walk (“caminhada aleatória”) e muitos leigos (como eu) usam como simples sinônimo de “série de eventos aleatórios”. Não tem nenhuma relação com bebedeiras literais, é só uma metáfora.
#34
Eu também quero saber dessas coisas. Não sei nada. Por ora o debate é tão raso que até eu, pobre diabo de um bacharel em Letras, posso escrever sobre o assunto.
36. Camilo | 25/05/2011 às 01:23
Nossa, parabéns pelo texto. Fazia tempo que queria ler algo sobre estatística no futebol e não achava em lugar nenhum.
Mas se pensarmos direito, a própria análise tática está engatinhando, ao meu ver. Tem muito treinador que não ganha nada, não manja nada de esquemas, e está sempre aí, ganhando dinheiro (Leão? Antonio Lopes? Vadão? Nelsionho Baptista? posso citar outros zilhares).
Se a própria tática no futebol é um assunto meio esquecido, o que podemos dizer da estatística?
37. Raphael Zarko | 25/05/2011 às 01:26
Rafael Botafoguense deturpa, por desconhecimento, a História e desmerece as conquistas que orgulham o Vasco e o futebol brasileiro. Nada disso que você falou é como você falou.
Da mesma forma que você quer dizer que o Vasco acabou com o amadorismo por malandragem, por benefício próprio, pode-se dizer que os pobres puderam começar a ganhar dinheiro com futebol, afinal os sócios de clubes e que tinham trabalho não precisavam do futebol para ganhar dinheiro.
O Vasco hoje, não sei a partir de quando, não diz mais que é pioneiro, mas o que venceu realmente a luta pelos excluídos para jogarem futebol. Isso porque teve o mérito de ser campeão. A história de luta começou com o Bangu, que também foi excluído do Carioca antes, como dizem vários livros, entre eles o mais famoso “O negro no futebol brasileiro”, mas também um que tenho, presenteado que fui pelo autor, “Nós que somos banguenses”.
Se dependesse de Botafogo, América, Fluminense e Flamengo, os jogadores pobres entrariam no futebol bem mais tarde. Pagar para alguém jogar futebol? Que absurdo, não, vamos continuar amadores, jogando nos nossos clubes da Zona Sul… Tudo balela para enganar quem conhece somente uma versão da História.
Qual a ladainha que vão inventar para desclassificar a história da construção de São Januário? Foi arte da Revolução de 30? Coisa do Eurico? Ergueu com dinheiro público para a Copa de 2014? Teve superfaturamento de cimento? Vai aprimorando ae.
Abraços
38. Fernando Coelho | 25/05/2011 às 09:59
Fecho com a Izabel (#13), o Fern (#26), El Canestro (#27) e El Torero (#29). Disseram tudo. Sabe-se que daqui a pouco o cartesianismo, o mecanicismo vao tomar conta, mas o futebol ja’ esta’ suficientemente ruim do jeito que ficou nos ultimos 40 anos. Nao precisa ser piorado ainda mais. O que seria o Felipao falando “fulano fez 4 assistencias, errou 3” ? Para o mundo que quero descer. Vida longa aos toscos, caso contrario sera’ aquela monotonia fria. Olimpiadas = maior saco.
39. rafael botafoguense | 25/05/2011 às 12:24
‘Se dependesse de Botafogo, América, Fluminense e Flamengo, os jogadores pobres entrariam no futebol bem mais tarde.’
os jogadores do Bangu, do Andarahy eram ricos?
a exclusão do vasco e perfeitamente aceitável quando se sabe do amadorismo marrom do time. até pq já existiam times de jogadores pobres,operários e negros que jogavam a liga principal a mto tempo. a deturpação histórica é de vcs.
vc conhece a história, sei disso, mas existem milhões por aí que repetem essa ladainha de ‘VASCÃO LUTOU POR NEGROS E OPERÁRIOS’ por aí. o vasco lutou pelo orgulho português. que sofria bastante preconceito, numa época de nacionalismo… por isso a necessidade de se fazer grande… aí a construção de são janu e de avacalhar com o status quo do futebol da época só pra se sobressair (campeão da série B e da série A em seguida, algo impossível se não houvesse tramóia).
é mto oportunismo essa questão de 23.
40. Raphael Zarko | 25/05/2011 às 19:27
Chamar de tramóia é brabo.
Os que repetem não conhecem as coisas, conhecem por alto. E, olhando por alto (péssima expressão), o Vasco lutou, usou em benefício dos dois (dos portugas comerciantes de secos e molhados, vistos – até hoje – como menores, na maior parte dos casos, e dos pobres, sim, também).
São Januário tem a ver também, isso é indiscutível, com a coisa de não deixarem jogar quem não tinha estádio (como você sabe, o Vasco jogava no Andaraí).
Não acho oportunismo, é valorizar a história, valorizar uma versão que seja, mas não é mentira, não é distorcido. O cara do Bangu, o nome dele é Carlos Molinari (tem um site sobre o Bangu bem legal: bangu.net), diz que o Vasco faz certo em pegar essa bandeira, embora lembre sempre que ela é, antes, do Bangu. E briga tanto para reconhecerem isso, que lançou um livro e vive rebatendo as coisas.
Mas a tal bandeira também é da Ponte e de tantos outros times que dizem ter escalados os negões (sem preconceito, por favor) antes de serem realmente aceitos.
41. Rogério Tomaz Jr. | 26/05/2011 às 01:57
As estatíscas no basquete ajudam muito. Posso afirmar isso enfaticamente, como ex-atleta e ex-assistente técnico. Tem grande efeito você dizer para o atleta que ele acerta 80% dos lances livres em treinos e em jogo isso cai para 60% (mesmo em séries curtas, como dez jogos, isso pode ser trabalhado e faz uma baita diferença)… mas no futebol tendo a considerar a estatística uma ferramenta interessante, mas ainda extremamente limitada por falta de definições de padrões/standards aceitáveis “universalmente”…
42. Kadu | 26/05/2011 às 21:50
Pra quem quiser ver aplicações práticas de estatística no futebol, o atual técnico do Porto começou a carreira como estatístico do Mourinho, e as utiliza bastante no seu trabalho. Até agora deu muito certo, ganhou o campeonato invicto e a Liga Europa.
Nos seus tempos áureos, o Luxemburgo utilizava (ou pelo menos era isso que ele dizia) estatísticas.
Em alguns casos, é óbvia a utilidade da estatística: pênaltis, cobranças de faltas, escanteios, jogador que fica muito em impedimento, etc. Para outras, é preciso criatividade.