Primeiro duelo azul pela Copa

Daqui a algumas horas, pisam no gramado do Mineirão dois dos times com maior número de títulos sul-americanos do Brasil. Cruzeiro e Grêmio somam quatro títulos da Libertadores, conquistados entre as décadas de 70 e 90. Nessa década, nenhum dos clubes colocou placa na Copa mais desejada do continente – é por isso que todas as armas serão poucas na luta por essa glória.

O Grêmio começou o dia com uma ótima notícia: não há risco de Souza, meia que tornou-se o eixo técnico do time, ficar de fora de alguma das semifinais ou das finais da Libertadores. O jogador assinou por três anos com o tricolor gaúcho e as negociações com o Paris Saint-Germain foram encerradas no final da manhã. A campanha tricolor na competição é soberba, com sete vitórias e três empates – apenas três gols sofridos, 17 marcados.

As principais armas demonstradas pelo Grêmio para fazer gols nessa Libertadores foram as bolas paradas e o jogo aéreo. Sete gols gremistas foram originários de jogadas com a bola parada. Dois gols foram de falta – Souza, contra o Chicó, e Tcheco, contra o Aurora – outros dois tenham sido uma cobrança direta na cabeça do autor do gol – Rafael Marques, contra o Aurora, e Fábio Santos contra o Caracas. Nos três outros, a bola foi desviada por alguém na sua trajetória ou tocada para o cruzamento.

Souza fez dois gols de fora da área – um deles de falta – e Maxi López fez três gols de cabeça na Libertadores, além de um gol de voleio, contra o Aurora no Olímpico. Somando aos gols de cabeça de Rafael Marques, Jonas, Léo e Fábio Santos, temos sete gols de cabeça entre 17 marcados.

Os três gols sofridos foram: jogadas individuais de Martín Arzuaga (San Martín) e Derlis Paredes (Aurora) e um gol de cabeça, do Caracas. A atuação de Victor foi bastante destacada em algumas partidas, especialmente contra a Universidad no Chile.

Todos os gols da primeira fase, o primeiro e o segundo jogo contra o San Martín e o primeiro jogo contra o Caracas.

O Cruzeiro tem uma campanha menos exuberante, também por isso disputa o primeiro jogo em casa. Mesmo assim, tem mais vitórias que o Grêmio – são oito, com um empate e uma derrota. Venceu todos os jogos da segunda fase até agora, contra Universidad do Chile e São Paulo.

O artiheiro é Kléber, com quatro gols (dois contra o Estudiantes, um contra a Universidad do Chile e outro contra o São Paulo) mas dez outros jogadores também marcaram gols – Fernandinho, Wellington Paulista, Henrique, Soares, Marquinhos, Léo Fortunato, Leonardo Silva, Zé Carlos, Thiago Ribeiro e Wágner. Foram 16 gols marcados até agora, sete sofridos.

Esse dado demonstra também uma enorme diversidade na forma de marcar os gols. A maior incidência são gols de cabeça (quatro de bola parada, um de bola rolando) além dos três gols de pênalti. Cinco dos gols foram com a bola no pé dentro da área e seis foram originários de tabelas entre os atacantes, o que demonstra a necessidade do Grêmio de não oferecer espaços para Kléber e Wellington Paulista.

Entre os gols sofridos, o que chama atenção é que dois gols do Estudiantes de La Plata e um gol do São Paulo foram marcados com jogadores praticamente sozinhos na frente do goleiro, o que indica uma linha de impedimento mal executada. Pode ser uma boa oportunidade para atacantes espertos.

Todos os gols do Cruzeiro na primeira fase, o primeiro e o segundo jogo contra a U de Chile, o primeiro e o segundo jogo contra o São Paulo.

O blog Esquemas Táticos faz uma análise interessante do jogo, leitura indispensável para quem quiser entender o que pode acontecer nessa noite. Uma observação é que apesar do alto número de gols de bolas aéreas das duas equipes – 12 no total, entre 31 gols marcados – a probabilidade é que ambas as equipes atuem só com os laterais fazendo as jogadas de flanco, se Paulo Autuori voltar ao 3-5-2. Se o Grêmio escalar o 4-4-2, existe a probabilidade de Souza fazer as jogadas de flanco ao lado do lateral, aumentando para três o número de jogadores atuando por ali e por conseqüência, as possibilidades do jogo aéreo.

Até a vitória,
Luís Felipe dos Santos