Poderia ser pior, poderia ser melhor

Quando Marco Aurélio apanhou o belo cruzamento e meteu de chapa na gaveta de Lauro, a culpa, eu sabia, era toda minha. Que eu tenha aprendido o sinal e nunca mais me atreva a ir no Beira-Rio sem a minha camisa da SUERTE, que desde 2003 me acompanha religiosamente. O gol foi o aviso de SÃO BODINHO para que eu nunca mais repita erro de tamanha envergadura.

Semana passada, após uma PELADA, esqueci o manto suado e sagrado e esfarrapado em cima de uma mesa – estava jogando com ela para ver se me livrava da SECURA de golos, o que obviamente não adiantou PITOMBAS, já que ela só tem poderes excepcionais na arquibancada do Beira-Rio.

Mesmo tendo ligado e pedido para um amigo PROTEGÊ-LA e ainda na última terça ter conseguido resgatar o AMULETO, ontem, quando me preparava para a saída triunfal, me deparo com a visão HORRENDA: ela estava imersa em um balde d’água cheio de OMO. Resumindo: tudo estava perdido. Eu havia falhado nos RITUAIS pré-jogo, algo inadmissível para um torcedor VIVIDO. Saí de casa cabisbaixo, como um volante expulso aos dez do primeiro tempo.

Os momentos iniciais do jogo me deram razão. Não apenas pelo belo gol de Marco Aurélio, aos 13 minutos, mas porque o Inter não conseguia desempenhar o seu jogo.  Enquanto isso, o Coritiba apresentava um bom MANEJO de bola, com Márcio Gabriel fazendo as vezes de ENCOSTO de Kléber e Carlinhos Paraíba organizando a bagaceirada da meia-cancha.

Na frente, apesar de não ser nenhum BATISTUTA, o castelhano Ariel conseguia prender a bola e tirar vantagem sobre os zagueiros. Sempre achei que Renê Simões está para o mundo dos técnicos assim como um RISOLES está para uma churrascaria, mas devo admitir que o Coxa está AZEITADO, com uma marcação forte, um toque de bola regular e uma eficiente TRANSIÇÃO entre a defesa e o ataque.

Hidrante Bolivar e o petiço troteador Carlinhos Paraíba

O Internacional, que conseguiu empatar ainda no primeiro tempo, com o IMPLACÁVEL Taison, passou a noite inteira dependendo de ESPASMOS de criatividade e ousadia. Eram GRAVES as dissonâncias no meio-campo, com Andrezinho aparentando estar com LABIRINTITE, obviamente devido a uma nova função inventada pelo Pastor, e D’Alessandro chamando o jogo mas não conseguindo muita vantagem sobre o pessoal da Araucária’s Land. Sandro, novamente, esteve bastante bem, enquanto Magrão se segurava no ímpeto do seu espírito maloqueiro.

Os primeiros vinte minutos do segundo tempo foram o melhor momento dos pastoriños na partida, com extrema velocidade no ataque e marcação na boca da botija COXEÑA. O maior expoente do crescimento da equipe era Taison, que corria como se um GUEPARDO estivesse no seu encalço. Não por acaso, ele teve participação decisiva no segundo e no terceiro gols, aos 14 e aos 16 minutos. O Beira-Rio, que estava com um público tão significativo quanto RECEOSO, veio abaixo. O Coxa, enfim, estava encurralado. Naquele momento, tudo levava a crer que o placar seria ainda mais elástico.

Então, aconteceu o que sabíamos. Aquele FARISEU que perambula pela lateral do campo com seus olhinhos miúdos de HIENA resolveu ATRAVANCAR o caminho e segurou nossa acadêmica esquadra. Tirou D’Alessandro e colocou GLAYDSON, enquanto Giuliano teria sido uma alternativa mais adequada para o lugar do argentino, que, de fato, estava com a língua batendo no joelho. Depois, ainda temendo qualquer OUSADIA ofensiva, sacou Andrezinho para colocar Marcelo Cordeiro.

Nosso Judas comunicando-se com seus amigos conspiradores

Dessa forma, com esse AGENTE INFILTRADO cometendo suas impertinências e covardias, o jogo arrastou-se como um baile da terceira idade, com o Coritiba cercando a meta de Lauro e os colorados jogando a esmo rumo ao enorme latifúndio que havia virado o ataque.

A vantagem de 3 a 1, é claro, ficou de bom tamanho, ainda mais pelo fato de que saímos atrás e, principalmente, porque minha camisa PROFÉTICA repousava numa repulsiva mistura de sabão e água. Mas a partida da volta será ÁRDUA, podem acreditar.

Aqui os melhores momentos.

Por fim, apenas um SINCERO pedido: parem de elogiar qualquer juiz brasileiro. Nenhum deles tem qualquer discernimento de nada, erram pelas mais diversas motivações e não há qualquer critério. A arbitragem brasileira é uma calamidade, independentemente dos nomes.

As fotos são de Alexandre Lops, site do Coritiba e Agência Estado.

Saudações,
Douglas Ceconello.