Quatro jogos para lamentar

Deveria ser uma rodada para lavar a alma, com quatro times jogando em casa, mas o futebol catarinense decepcionou: nenhuma vitória. Dois empates e duas derrotas nas três divisões do Brasileirão. Assim fica difícil sair da condição de “o zero da BR-101” quando se fala de futebol.

Na Série A, o Avaí ainda não se curou de uma doença crônica chamada “empatite”. Terceira partida, terceiro empate, dois deles em casa. Mesmo assim, considero que contra o Coritiba pela primeira vez o Leão jogou dois pontos fora. Na estréia contra o Galo, o time chegou a estar vencendo por 2 a 0 e entregou no final, mas, beleza, era o primeiro jogo, tava todo mundo deslumbrado com a Série A e tal. No Maracanã o 0 a 0 com o Flamengo foi comemorado como se fosse vitória. Contra o Coxa, o poderíamos ter marcado uns cinco gols. Menos mal que o time jogou bem. Estamos no caminho, só falta ganhar. E ainda tivemos desfalques importantes, como Marquinhos e Leo Gago. Ainda vamos aprontar nesse Brasileirão.

Muriqui abriu o placar, mas o Leão segue
empacado na Série A

Além da falta de pontaria dos nosso delanteros, lamentável demais o árbitro carioca Marcelo de Lima Henrique, que deveria ser proibido de chegar a menos de um quilômetro de um estádio de futebol. Não expulsou o tal de Carlinhos Paraíba e deixou de dar um pênalti escandaloso pro Avaí. Já havíamos sido prejudicados nos dois jogos anteriores, mas não é nada anormal um time pequeno como o Avaí ser roubado contra o Galo – até o grande Grêmio foi – e roubos a favor do Flamengo já constam até do regulamento da Série A. Agora, ser roubado na cara dura contra o Coritiba é demais pra minha cabeça.

Apesar dos pesares, aviso aos outros 19 competidores da Série A que essa série de empates é a prova de que uma das vagas para a Libertadores do ano que vem já tem dono. Ano passado na Série B começamos com uma vitória e quatro empates e terminamos entre os quatro primeiros. Portanto, cuidem-se com o Leão.

Na Série B, o Figueirense caiu na real. Levou um baile em casa da Portuguesa num jogo que deveria ser 3 a 0 ou 4 a 0 pros paulistas mas terminou apenas 2 a 1. Prova de que as duas vitórias nos primeiros jogos, contra ABC e Ipatinga, foram enganosas. Falta bastante qualidade ao Figueira, que no estadual caiu logo na primeira fase. Tem um bom goleiro (Wilson), um atacante brigador (Rafael Coelho) e nada mais. Para quem quer subir, é pouco. Vai ter que investir muita grana – e o Figueirense tem bala na agulha – se quiser subir.

O manezinho Rafael Coelho se destaca no
lamentável time do Figueirense

Bom, e Santa Catarina também está na Série C, que começou neste fim de semana e já começou mal. O Criciúma estreou em casa contra o Marília, rebaixado no estadual, e empatou por 1 a 1, com gol dos paulistas marcado aos 48 do segundo tempo. O Tigre catarinense (se não sabem, informo que o Marília também é Tigre. Dez anos de Série B te fazem saber dessas coisas) não ganha uma partida de campeonato desde 22 de março.

O segundo time catarinense na chave, o Marcílio Dias, da cidade portuária Itajaí, começou a Série C do mesmo jeito que terminou o Catarinense: horrível. Rebaixado no estadual, o Marcílio estreou perdendo em casa para o Caxias por 2 a 1. A simpática agremiação itajaiense – um clube com 90 anos de história e uma trajetória que permite classificá-lo como “a Portuguesa catarinense”, pois tem apenas um título e oito vice-campeonatos estaduais – periga ser o saco-de-pancadas do grupo, que conta também com outro rebaixado, o Brasil de Pelotas.

Torcida grená, com faixas em italiano, compareceu
ao estádio Hercílio Luz

No próximo fim de semana, o Avaí tenta vencer um jogo de primeira divisão depois de 32 anos contra o líder Internacional, no Beira-Rio (não poderei ir, infelizmente. Mas algumas centenas de avaianos devem comparecer). O Figueirense visita o Ceará em Fortaleza. O Criciúma pega o Caxias na Serra Gaúcha. E o Marcílio ganha uma rodada para esfriar a cabeça. Só volta a jogar em 14 de junho, contra o Marília.

Melhoras ao futebol catarinense.

As fotos são dos sites de Avaí, Caxias e Figueirense.

Contribuição de Felipe Silva, correspondente do Impedimento em Santa Catarina.