Peru se agita para ajeitar a situação

Anunciado como o Dia D para a situação do futebol peruano, a próxima sexta (21) tem tudo para se enquadrar entre aqueles momentos históricos como a Batalha de Itararé: aquela que não houve. Pelo menos é o que se DEPREENDE da movimentação das peças do xadrez da cartolagem no Peru.

A Fifa estipulou o dia 21 como prazo final para que o governo de Alan García reconheça a Manuel Burga como presidente da Federação Peruana de Futebol (FPF). Tanto o governo quanto a federação, no entanto, já solicitaram prorrogação deste prazo.

Ontem, a Agência Andina noticiou que a FPF enviou carta ao comitê executivo da Fifa, solicitando um prazo maior para solucionar a querela com o Instituto Peruano de Desportos. Na sexta passada, o IPD já havia enviado pedido semelhante, solicitando 30 dias “para que se permita la elaboración de un programa de acciones viables que contribuyan a dar solución a los inconvenientes legales que afronta actualmente la FPF, tal como fueron informados el 5 de noviembre del presente año (2008)”.

Não encontrei informações sobre que seria este “programa de ações viáveis”, mas uma das medidas que propõe Arturo Woodman, presidente do IPD, é que os clubes profissionais tenham mais peso na eleição do presidente da Federação Peruana. Hoje, são as Ligas Departamentais que possuem mais poder de fogo, informa o site Peru.com.

Woodman, presidente do IPD (Foto: Peru.com)

O IPD não reconhece Burga como presidente da FPF por considerá-lo inabilitado, até 2013, por não ajustar os estatutos da entidade à Lei do Esporte. Burga também já foi acusado de MAUS TRATOS com o dinheiro da Federação. A Conmebol e a Fifa dizem que há ingerência governamental sobre o futebol. Woodman rechaça a tese, uma vez que o problema de Burga é com a Justiça e com a Superintendência Nacional de Registros Públicos (Sunarp), que ainda não havia entrado na história.

Aliás, um outro ATOR neste processo é a Associação Desportiva do Futebol Profissional (ADFP), que congrega os clubes peruanos, que seriam logicamente os mais prejudicados caso a FPF fosse desfiliada da Fifa, impedidos que seriam de participarem das competições internacionais. Foi por pedido da ADFP que o governo peruano, pelo IDP, enviou a cartinha para a Fifa.

Enquanto isso, apesar de solicitar prazo para a Fifa e anunciar um programa de ações para ajeitar a situação, Arturo Woodman vem afirmando que “no ha dado un paso al costado”, segundo o Peru.com.

“El tema es que la Federación tiene problemas con el Poder Judicial y con la Sunarp, que no lo registra. Con nosotros no tiene ningún tema pendiente, porque no lo hemos castigado. Él doctor (Manuel) Burga a apelado ese castigo y eso ya lo ve el Poder Judicial”, acotó.

Hoje, no Correio do Povo, Hiltor Mombach traz um jornalista peruano acreditando na possibilidade de a Fifa conceder tal prazo. É bem possível. Por outro lado, pelo que ouvi nas rádios de Porto Alegre, os dirigentes do Internacional estariam confiantes na mudança na Sul-Americana ainda este ano, dando vaga na Libertadores para o campeão.

Minha conclusão? Continuar fuçando.

Um abraço,
Daniel Cassol