Torcida do Nacional regride aos tempos medievais

Um roubo motivou o principal fato da rodada uruguaia. Não tem a ver com arbitragem, nem com o fato do Danubio surrupiar a liderança do visitante Nacional nos Jardines, domingo, ao vencer por 1-0. É que a Banda do Parque, vendo seu time incapaz de reagir no campo, resolveu entrar no campo e roubar uma bandeira da torcida alvinegra. A torcida local resolveu defendeu seu território e fechou-se a rosca.

Assistindo o vídeo acima, lembrei de outros três episódios lamentáveis: a batalha entre as torcidas “jovens” de Santos e Vasco em 1994; a baixaria entre Nueva Chicago e Tigre em 2006; e Mancha Verde x Independente em 1995, quando rolou até morte. Em todos esses casos vimos uma ação muito tardia da polícia. No caso uruguaio, só com três minutos e meio de vídeo vemos os primeiros policiais entrarem em campo, com pouco mais de vinte homens. Paus, pedras, cassetetes, rolavam soltos no gramado. Se um débil mental quisesse entrar com um RIFLE no gramado, entraria. Poderíamos ver uma tragédia sem precedentes.

É evidente que as autoridades já começaram a se mobilizar para evitar que essa palhaçada volte a ocorrer. Surgiram rumores de punições graves aos dois clubes, interdição dos Jardins, entre outras coisas. O Uruguai tem tradição de punir os clubes pelos incidentes causados pelas torcidas, o que funcionou por um tempo. Porém, os poderes das barras nos clubes são mais fortes e os filmes se repetem. “De que adianta modernizar o clube, convocar a torcida para fazer um novo estádio bonito, se esses fedelhos de 15 anos da barra fazem o que querem?” disse um torcedor do Nacional num fórum de discussões do clube.

Por outro lado, entre os torcedores há suspeita de armação, uma vez que parece “estranha” a passividade da polícia em um jogo tão importante. Vale lembrar que punições drásticas contra ambos os clubes traria um grande benefício ao Peñarol, já que Danubio e Nacional são os atuais líderes e os manyas vêm a galope. Aqui na minha ingenuidade, eu sempre penso que os torcedores que não querem ver seu clube punido poderiam não causar confusão, antes de qualquer outra coisa. Parece, entretanto, que a inversão de valores é a última moda no futebol…

Mais informações no La Republica, que traz fotos esclarecedoras da chinelagem.

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Esteban Conde foi o principal nome da partida, fazendo várias defesas importantes e possibilitando ao Danubio jogar no célebre esquema “pega-ratão”. Gerardo Pelusso manteve o esquema que deu certo na rodada anterior, com um estilo de jogo propositivo, mas encontrou no arqueiro danubiano o pior bloqueio possível. O Cerro estapeou o River de Carrasco e continua enchendo o saco dos líderes, com 22 pontos.  Peñarol enfiou 3 a 2 no sempre xarope Liverpool, no Centenário, com outra grande atuação de Pacheco, ficando em quarto lugar com 21 pontos, um atrás de Nacional e Cerro.

O Wanderers enfiou três no pobre Juventud de Las Piedras, que caminha a passos largos ao descenso, e saiu de perto do horror. Assim como o Central Español, que venceu o Bella Vista e mandou o adversário para a UTI. O Cerro Largo conseguiu a sua primeira vitória na história da primeira divisão, em cima do Villa Española. O Racing de Montevidéu enfiou 2-0 no campeão Defensor, fazendo uma campanha fantástica, liderado pelo engenheiro e treinador Juan Verzeri.

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Se vocês ouviram foguetes sendo estourados nas imediações do bairro Floresta no sábado, não pense que teve algo a ver com o massacre do Náutico, ou a permanência do Juventude na B. Era o autor desse texto comemorando a primeira vitória do EL TANQUE SISLEY na segundona, sobre o amaldiçoado Miramar Misiones. Com 7 pontos, o El Tanque se aproxima mais dos infames líderes, Fênix com 22, Durazno com 21.

Na terceirona, o Oriental manteve-se na ponta isolada após derrotar o Mar de Fondo, beneficiado pelo empate do Platense. Alto Perú e Basañez ganharam de quatro (ui). O Villa Teresa venceu o Torque por 2-0 no Parque Ancap e uma das fotos está aqui:

Observai a vista da refinaria. Foto de Fernando Sinsolo.

A favor da sanidade no futebol,

Luís Felipe dos Santos